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Maysa Polcri
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 06:00
Após o envio do projeto de reestruturação do Planserv pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), servidores têm pressionado os parlamentares para que eles façam análise técnica da proposta. Os funcionários públicos baianos temem que o PL avance rapidamente, sem discussão ampla sobre as mudanças na forma de cobrança do plano de saúde. >
Coletivos independentes têm realizado encontros semanais na Casa para chamar atenção dos deputados estaduais. Além disso, mensagens estão sendo encaminhadas por membros do grupo Devolvam Nosso Planserv aos parlamentares. No e-mail, os funcionários demonstram preocupação com o projeto de lei enviado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). A proposta muda radicalmente a forma de cobrança do Planserv.>
"O projeto agrava custos para quem mais depende do Planserv, sem apresentar estudo atuarial sério, sem análise do impacto financeiro para famílias já estranguladas e, sobretudo, sem corrigir o problema central: a baixa participação do próprio governo, causa direta do sucateamento do plano", diz a mensagem, a qual o CORREIO teve acesso. >
Projeto de Lei para reestruturação do Planserv
"Como representante eleito, espera-se que Vossa Excelência não atue como mero homologador de decisões do Executivo. A aprovação cega e sem avaliação técnica desse PL significará assumir responsabilidade direta pelos danos que ele trará à saúde e à vida financeira de milhares de baianos", acrescentam os servidores. A propsta foi enviada para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alba no dia 2 de dezembro e será analisada pelos deputados. >
No dia 1º de dezembro, foi enviado à Alba o PL 26.067/2025, que propõe a reestruturação do plano de saúde dos servidores estaduais. Entre as medidas estão a fixação de um percentual para a cobrança de mensalidade de todos os funcionários públicos e aumento da participação estatal.>
As medidas propostas tentam conter a crise da assistência médica dos servidores estaduais baianos. O balanço financeiro do plano no ano passado revelou déficit de R$ 198 milhões. A receita foi de R$ 2 bilhões, enquanto a despesa foi na ordem de R$ 2,2 bilhões. Em 2023, o rombo nas contas do Planserv foi de R$ 147 milhões.>
O PL propõe que a contribuição dos servidores seja de 5,5% a partir do ano que vem. Já em 2027, o percentual deverá atingir 6%. A proposta original não previa escalonamento do percentual, o que foi criticado pelos servidores públicos. >
Se o projeto for aprovado, cônjuge e companheiro(a) deverão pagar o valor correspondente ao percentual de 50% da contribuição do titular. Os demais tipos de dependentes pagarão o equivalente a 22%. O valor mínimo, para ambos os casos, também será de R$ 120.>
Cálculos do governo indicam que ao menos 130 mil beneficiários terão redução das mensalidades com as novas medidas. O quantitativo representa 26% do total de usuários do plano, que é de 500 mil pessoas, segundo o Estado. Rodadas de negociações já estavam sendo feitas há semanas até que a versão final do projeto fosse oficializada, como noticiou o CORREIO. >
Servidores realizam protesto contra sucateamento do Planserv em Salvador
"Prezado(a) Deputado(a), >
Dirijo-me a Vossa Excelência para expressar indignação e extrema preocupação diante do PL nº 26.067, enviado pelo Governo do Estado, que aprofunda o prejuízo já vivido pelos idosos, aposentados e servidores que recebem menos que um salário mínimo.>
O projeto agrava custos para quem mais depende do Planserv, sem apresentar estudo atuarial sério, sem análise do impacto financeiro para famílias já estranguladas e, sobretudo, sem corrigir o problema central: a baixa participação do próprio governo, causa direta do sucateamento do plano.>
Como representante eleito, espera-se que Vossa Excelência não atue como mero homologador de decisões do Executivo. A aprovação cega e sem avaliação técnica desse PL significará assumir responsabilidade direta pelos danos que ele trará à saúde e à vida financeira de milhares de baianos.>
Nós, servidores independentes, comunicamos desde já: registraremos e divulgaremos amplamente o posicionamento de cada parlamentar. Aquele que votar a favor de um projeto incompleto, injusto e devastador será publicamente cobrado e enfrentará nossa anti campanha nas próximas eleições, dentro da legalidade e da transparência que o debate democrático exige.>
Esperamos que Vossa Excelência honre o mandato que recebeu do povo — não os interesses imediatos de governo". >