Sindicato classifica fala de Jerônimo sobre 'escola autoritária' como 'infeliz' e 'falta de respeito'

Governo do Estado publicou portaria que estimula a aprovação dos estudantes, mesmo os que não frequentaram as aulas e não obtiveram êxito em todas as disciplinas

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 22:53

null Crédito: Matheus Landim/GOVBA

A diretora da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Elza Melo, criticou a declaração do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de que escolas que reprovam alunos "são escolas autoritárias". A declaração foi feita durante evento na cidade de Feira de Santana, na última segunda-feira (19).

No dia 27 de janeiro, o governo do estado publicou a portaria 190, que estimula a aprovação dos estudantes, mesmo os que não frequentaram as aulas e não obtiveram êxito em todas as disciplinas.

Elza afirmou que a declaração do governador foi “infeliz” e criticou a maneira como o governo conduz a questão. "A portaria é uma forma autoritária de tratar o assunto e um desrespeito aos professores, aprovando alunos sem critério, incluindo aqueles que não frequentam as aulas", disse.

A diretora também afirmou que a portaria 190 desrespeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). "O aluno precisa ter uma frequência nas aulas de no mínimo 75% para conseguir a aprovação. Se o aluno não frequenta e é aprovado, significa o aprofundamento do analfabetismo funcional nas escolas", ponderou.

A APLB terá uma reunião com a Secretaria de Educação nesta quarta-feira (21) para tratar do tema. O sindicato espera que a portaria 190 seja revogada. “Esperamos que o governador não trate a questão da aprovação dessa forma. Isso não se chama autoritarismo. Se há reprovação em massa, é preciso ver onde está a questão. Não dá para o governador responsabilizar o professor. Isso é uma falta de respeito”, afirmou Elza.

Ela pontuou ainda que, caso haja uma reprovação em massa, é preciso observar qual é a causa de os alunos não serem aprovados. “Envolve uma série de fatores, seja da estrutura da escola, dos alunos, onde está a questão social da vivência do aluno. Não se pode responsabilizar somente o professor. Cabe ao poder público verificar, buscar saídas e soluções para que a reprovação não seja tão alta. Para que o IDEB cresça, é preciso que seja de forma qualitativa e não quantitativa”, afirmou.