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Maysa Polcri
Publicado em 8 de agosto de 2025 às 16:40
Discutido entre setores empresariais, o projeto da ferrovia que pode ligar Salvador a Feira de Santana ainda é analisado pelo governo federal. A ideia foi discutida entre representantes do setor industrial durante reunião do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador, na última segunda-feira (4). Os documentos apresentados pela empresa requerente estão em fase de análise pelo Ministério dos Transportes. >
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é a reponsável pelo parecer dado ao projeto. Segundo a ANTT, a proposta da ferrovia Salvador-Feira de Santana está em fase de análise do mérito da documentação apresentada. A etapa antecede a decisão sobre a emissão ou não da autorização. Entre os pontos que precisam ser avaliados estão: regularidade jurídica, idoneidade, capacidade técnica e financeira da empresa requerente, além de aderência do projeto às normas aplicáveis.>
O pedido de autorização para a construção da ferrovia foi protocolado pela empresa TIC Bahia, e o extrato de requerimento foi publicado em 30 de maio deste ano no Diário Oficial da União (DOU). O projeto deve estar de acordo com os termos da Lei 14.273/2021, que estabelece o marco legal do setor ferroviário. Ainda não há prazo para que a decisão de aprovação ou não o projeto seja publicada no Diário Oficial.>
A proposta do Trem Intercidades, que pretende ligar Salvador a Feira de Santana tanto para transporte de passageiros quanto de cargas, foi apresentada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE) em julho. A ideia é reduzir o tempo de viagem entre Salvador e Feira para cerca de 35 minutos, com o trem partindo de Águas Claras e fazendo paradas em cidades como Simões Filho, Candeias, São Sebastião do Passé, Santo Amaro e Conceição do Jacuípe.>
O investimento previsto é de R$ 6,8 bilhões. A estimativa é que, em operação plena, o trem transporte 23 milhões de passageiros por ano. Os impactos econômicos esperados são amplos: mais de 10 mil empregos diretos e cerca de 50 mil indiretos devem ser gerados, segundo projeções da TIC Bahia.>
Danilo Ferreira, diretor técnico da empresa, afirma que os retornos financeiros para as regiões atendidas podem ultrapassar os R$ 60 bilhões. “É um projeto ímpar que vai trazer transformações urbanas, transformações logísticas e vai iniciar um novo ciclo de desenvolvimento do Estado da Bahia, junto a todos os projetos que estão sendo implantados aqui”, disse durante a apresentação. O projeto prevê velocidades operacionais de até 160 km/h, para passageiros, e 120 km/h, para cargas.>
Durante apresentação do projeto à Fieb, na última segunda-feira (4), o presidente da entidade afirmou que a federação apoia a iniciativa desde o início, auxiliando na análise técnica e econômica e no encaminhamento junto aos órgãos reguladores. É complicado como a Bahia não consegue se desvencilhar dos seus gargalos logísticos, e a área ferroviária é uma das mais cruciais. Esperamos que o projeto avance”, ressaltou. >