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Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2024 às 18:46
Em assembleia geral realizada por professores da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), nesta quarta (16), a categoria aprovou por 91 votos a 17 o fim da greve na universidade pública. Foram registradas 10 abstenções.>
O ato da categoria completou 20 dias nesta quarta (16) e a principal reivindicação junto ao Governo Estadual foi uma maior progressão salarial.>
Apesar da proposta do governo estadual de recomposição salarial de 13,83% não ter sido aceito pelos professores da instituição na última assembleia, os docentes ponderaram novamente nesta quarta e decidiram por finalizar a paralisação.>
O reajuste já tinha sido aprovado pelas associações de professores das outras instituições superiores estaduais - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Agora, com fim da greve na Uneb, o documento poderá ser assinado conjuntamente.>
“Nós ficamos em uma situação em que as três outras AD´s (associações docentes) aceitaram a proposta do governo de recomposição . Como éramos a única unidade em greve, conseguimos avançar bastante nas negociações na questão do transporte e da progressão salarial. Então, nós avaliamos que foi uma mobilização positiva e finalizamos a greve, mas com continuidade das mobilizações”, explica Karina Salles, coordenadora da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb).>
Conquistas e mobilizações>
Uma das principais pautas em discussão nesta greve foi a mudança da regra para progressão salarial que avançou em reunião do Conselho Universitário (CONSUL) da última segunda (14). >
De aproximadamente 2,5 mil professores, espalhados pelos 27 campi na Bahia, mais de 160 possuem direito à promoção docente, mas aguardam em fila.>
Na reunião, o Governo Estadual acordou com a associação de professores da Uneb que, a partir do ano que vem, essa regra vai mudar. O docente não vai mais depender do número de vagas na categoria pleiteada para garantir sua progressão.>
Atualmente, para progredir na carreira enquanto professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), um educador geralmente espera, no mínimo, um ano – apesar de realizar concursos internos e receber a aprovação. Isso porque, segundo a categoria, os processos são aprovados pela instituição, mas ficam parados na Secretaria de Administração do Estado (Saeb).>
Segundo Karina, a questão da insalubridade e do transporte ainda seguirão em negociação, mesmo após o fim da greve.>
Também na última segunda, os professores da Uneb, universidade com diversos campi espalhados pela Bahia, conseguiram aprovar o direito ao Auxílio Itinerância. Mas, o direito se restringe aos trabalhadores que moram até 70 km de distância da universidade e os docentes seguem buscando ampliação.>
“Nossa realidade é multicampi e os professores atuam, muitas vezes, de forma itinerante entre os campi. O auxílio foi uma conquista, mas ainda precisamos avançar em relação a isso. Nós mantivemos o canal de comunicação aberto. Vamos continuar pleiteando diversos aspectos para o fortalecimento do movimento docente. Nós precisamos seguir nos unindo enquanto categorias para construir uma universidade gratuita forte”, concluiu a coordenadora da Aduneb e também professora da instituição.>
Nos próximos dois anos, os docentes das universidades estaduais do Estado receberão aumentos salariais escalonados: 4,70% em janeiro de 2025, 2% em julho de 2025, 4,5% em janeiro de 2026 e 2% em julho de 2026.>