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Millena Marques
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 13:40
Em oito meses, mais de 2,7 mil aves silvestres foram resgatadas na Bahia, segundo a Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa). Somente no último bimestre, 1106 foram apreendidas, resultado de 17 operações de Fiscalização Ambiental realizadas em Salvador e Região Metropolitana. As espécies mais cobiçadas pelos criminosos são papa-capim, canário-da-terra e cardeal. >
“Isso ocorre porque são aves muito procuradas pela população devido ao canto característico e à beleza, o que alimenta o comércio e a criação ilegal, sobretudo por conta dos torneios de cantos onde os proprietários das aves vencedoras ganham prêmios pecuniários, o que valoriza e gera mais lucro”, explica a major Érica Patrícia, comandante da Coppa. >
Mais de 200 aves silvestres são resgatadas de comércio ilegal na Bahia
A venda ilegal de aves silvestres movimenta valores significativos, sendo um dos crimes ambientais mais rentáveis. “O valor varia de acordo com a espécie, principalmente quando se trata de espécies raras ou ameaçadas de extinção. Não sendo viável a divulgação de valores afim de não gerar incentivo indireto a está prática delitiva”, diz Érica. >
O comércio de aves silvestres configura crime ambiental contra a fauna, previsto no artigo 29 parágrafo 1º da Lei Federal nº 9.605/98. A pena é de detenção, de seis meses a um ano de multa, podendo ser aumentada se houver agravantes, como contra a espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, entre outras. “Neste mesmo sentido, poderá o indivíduo insurgir nas penas previstas no art. 32 deste mesmo dispositivo legal (Crime de maus-tratos)”, continua. >
Além da responsabilização criminal, há também a aplicação de sanções administrativas. s multas podem variar de R$ 500 por espécie que não consta nas listas oficiais de risco ou ameaça de extinção e R$ 5 mil por espécie que está na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção. “A multa será aplicada em dobro se a infração for praticada com a finalidade de obter vantagem pecuniária, além de outras penalidades cabíveis”, finaliza Érica. >
O crime ocorre em várias regiões da Bahia, sendo mais comum em áreas Metropolitanas e do interior do estado, especialmente em feiras livres e mercados populares, onde aves são comercializadas de forma clandestina. Pontos de comércio ilegal também foram identificados em grandes centros urbanos. >
Aves silvestres são resgatadas em Camaçari