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MORRE AOS 88 ANOS O PAPA FRANCISCO

Notícia foi divulgada pelo Vaticano nesta segunda-feira (21)

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Foto do(a) author(a) Wladmir Pinheiro
  • Esther Morais

  • Wladmir Pinheiro

Publicado em 21 de abril de 2025 às 05:25

Papa Francisco
Papa Francisco Crédito: Reprodução

O Vaticano comunicou a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21). Nos primeiros meses deste ano, ele estava internado no hospital Gemelli, em Roma, em decorrência de uma infecção polimicrobiana. O Papa Francisco teve uma crise respiratória asmática prolongada, precisou fazer transfusão de sangue e receber oxigênio em altas taxas.

Gravemente enfermo, o Papa Francisco chegou a perder as esperanças de sobreviver a doença. Segundo informações obtidas pelo site americano Politico, duas pessoas próximas ao pontífice disseram que ele havia confidenciado que “talvez não conseguisse sobreviver desta vez”. Mas ele recebeu alta e a sua última aparição foi nesse domingo (20), no Domingo de Páscoa.

A notícia foi divulgada pelo Vaticano. "Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, voltou para a casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz a mensagem divulgada pelo cardeal Farrell.

O funeral do pontífice será realizado no Vaticano, seguindo os ritos da Igreja Católica, conforme apontou a agência Vatican News. Ainda não há data para a realização da escolha do novo Papa em um conclave, na Capela Sistina, no Vaticano.

Saúde de Francisco foi piorando em fevereiro

Antes de ser internado, o Papa Francisco já dava sinais de que enfrentava problemas respiratórios. No domingo (9), o religioso pediu para um assistente ler o discurso na Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, após sentir falta de ar durante uma leitura no Vaticano.

"Peço desculpas e peço que o mestre de cerimônias continue a leitura devido à dificuldade de respirar", disse Francisco, apontando para o próprio peito.

Foi a segunda vez na mesma semana em que o Papa precisou de ajuda para finalizar um discurso. "Quero pedir desculpas, pois com essa forte gripe que me assolou estou com dificuldade de falar", justificou.

Internado, o Papa foi diagnosticado com um quadro grave de pneumonia. "Exames laboratoriais, radiografias de tórax e as condições clínicas do Santo Padre continuam apresentando um quadro complexo. A infecção polimicrobiana, que surgiu num contexto de bronquiectasia e bronquite asmática, e que exigiu o uso de antibioticoterapia com cortisona, torna o tratamento terapêutico mais complexo", apontou o comunicado do Vaticano.

Carta de renúncia caso saúde piorasse

O Papa Francisco havia assinado uma carta que considerava a possibilidade de renunciar ao papado caso sua saúde o impedisse de continuar com suas funções. Em dezembro de 2022, Francisco confirmou a existência do documento em uma entrevista ao jornal espanhol ABC, explicando que havia assinado a carta e entregado ao secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.

"Assinei a renúncia e disse a ele: 'Em caso de impedimento médico ou algo assim, aqui está minha renúncia. Você a tem'". Quando questionado se queria que a informação fosse divulgada, Francisco respondeu: "É por isso que estou lhe contando". O Papa acrescentou que não sabia o que Bertone fez com a carta após recebê-la.

O primeiro Papa da América do Sul

Membro da Companhia dos Jesuítas, o Papa Francisco foi o primeiro líder da Igreja Católica nascido na América Latina e o primeiro pontífice não europeu em mais de 1,2 mil anos.

O pontificado do Papa Francisco durou doze anos, promoveu mudanças significativas na condução da Igreja Católica e ficou marcado por dedicar maior atenção às comunidades carentes. 

Jorge Mario Bergoglio foi escolhido pontífice em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI. Francisco adotou uma postura mais modesta, ao contrário de pontífices anteriores, e focou suas ações nas questões sociais, marca da Companhia dos Jesuítas.

Na liderança do Vaticano, abordou temas como mudanças climáticas, imigração, ameaças à democracia, desigualdade social, e modernização da Igreja.

Entre suas principais iniciativas, destacam-se a reestruturação das finanças do Vaticano, o combate aos casos de abuso sexual no clero e o compromisso com maior transparência nas decisões da Santa Sé. Além disso, fortaleceu o diálogo entre diferentes religiões e incentivou a inclusão de grupos marginalizados.

Visita ao Brasil

O Papa Francisco esteve no Rio de Janeiro em julho de 2013 para a 28ª edição da Jornada Mundial da Juventude. Na viagem, ele também visitou o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Essa foi a primeira viagem oficial desde o início de seu papado, quatro meses antes. A visita estava programada para ser realizada pelo seu antecessor, Bento XVI, que acabou renunciando ao cargo antes da realização do evento.

Papa Francisco Crédito: Tania Rêgo/Agência Brasil

O pontífice foi recebido com uma cerimônia oficial no Palácio Guanabara, onde se encontrou com a então presidente Dilma Rousseff. A missa realizada na Praia de Copacabana é até hoje um público recorde, quando o pontífice rezou para um público superior a 3,5 milhões de fiéis. Ele incentivou os católicos a viverem uma vida de fé autêntica e profunda.

Quem era o argentino Jorge Mario Bergoglio

Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, em uma família de imigrantes italianos. Cedo, entrou para a Companhia de Jesus e dedicou sua vida ao serviço religioso. Foi eleito arcebispo da capital argentina em 28 de fevereiro de 1998 e se destacou como uma das figuras mais influentes do catolicismo na América Latina.

Sua eleição representou um momento histórico para a Igreja, trouxe uma nova perspectiva na relação entre os católicos e o Vaticano. Com uma postura simples e acessível, Francisco conquistou fiéis e trouxe discussões importantes para o cenário católico global.

Com a morte de Francisco, como será a escolha do novo Papa?

sucessão papal é regida por um processo complexo e bem definido, com suas origens remontando ao século XI. Durante a Idade Média, a eleição do papa era influenciada pela opinião popular do clero e dos fiéis, o que frequentemente resultava em disputas e antípodas, ou seja, indivíduos com reivindicações falsas ao papado.

Em 1059, o Papa Nicolau II emitiu um decreto que estabeleceu um novo processo de eleição papal, criando o Colégio de Cardeais e garantindo que os cardeais bispos fossem os responsáveis pela escolha do pontífice. Esse sistema foi aprimorado ao longo dos séculos, com a inclusão de novas regras de votação e a formalização do Colégio de Cardeais em 1150.

O processo de sucessão foi ajustado ao longo do tempo. Em 1179, foi implementada a necessidade de uma maioria de dois terços de votos para eleger um novo papa. O número de cardeais elegíveis também foi aumentado ao longo dos séculos, atingindo 120 em 1975, quando o Papa Paulo VI fixou esse limite. Hoje, há 222 cardeais, sendo 120 aptos a votar, mas até o final do ano, oito cardeais perderão o direito de voto ao completarem 80 anos.

Como vai funcionar o conclave após a morte do Papa?

Atualmente, os cardeais são responsáveis pela escolha do novo papa durante um conclave, que ocorre na Capela Sistina, no Vaticano. Quando o conclave se reúne, os cardeais fazem um juramento de sigilo e permanecem trancados na capela até que um novo papa seja escolhido. O voto é secreto e, caso não haja consenso nas primeiras votações, o processo se repete até que a maioria de dois terços seja alcançada. Se, após quatro dias de votações, não houver resultado, um dia é reservado para oração e reflexão, e, se necessário, um segundo turno entre os dois candidatos mais votados pode ser realizado.

A cada rodada de votação, as cédulas são queimadas, e a fumaça resultante é um indicativo do andamento da eleição. Fumaça branca significa que o novo papa foi escolhido, enquanto a fumaça preta indica que a eleição ainda não foi concluída. A fumaça branca se tornou um sinal oficial de escolha papal no final do século XIX, com o uso de produtos químicos específicos para gerar a cor.

Quanto ao futuro papa, não há um sucessor pré-definido. O próximo pontífice será escolhido entre os cardeais elegíveis, e embora nomes como o cardeal italiano Matteo Zuppi e o filipino Luis Antonio Tagle sejam frequentemente citados como favoritos, qualquer cardeal do Colégio de Cardeais pode ser eleito, dependendo do resultado do conclave.