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Carol Neves
Publicado em 23 de junho de 2025 às 07:59
Três dias após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, segue sem resgate. A família relatou nas redes sociais que as buscas foram novamente interrompidas nesta segunda-feira (23) por causa do mau tempo. Segundo os relatos, não há qualquer informação confirmada sobre o estado de saúde da jovem, natural de Niterói (RJ). >
“Às 16h do horário local [5h em Brasília], o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite”, informou Mariana Marins, irmã de Juliana, em um perfil criado para informar sobre o resgate. "Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”.>
De acordo com os familiares, Juliana estaria cerca de 600 metros abaixo da trilha, em um desfiladeiro. Até o momento, os socorristas teriam avançado apenas 250 metros no terreno. “Faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência!”, diz a publicação.>
Os parentes também criticam a condução das operações e a postura das autoridades locais. “O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”.>
Desencontro de informações>
Mariana negou informações divulgadas por autoridades indonésias e pela própria Embaixada do Brasil em Jacarta, que afirmaram que a jovem teria recebido mantimentos. “Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade.”>
Mariana também denunciou que vídeos divulgados como sendo do momento do resgate teriam sido manipulados. “Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive o do resgate chegando nela. O vídeo foi forjado para parecer isso, junto com essa mensagem associada a ele”, afirmou.>
A queda aconteceu na madrugada de sábado (21), no horário local. Juliana foi localizada horas depois, por volta das 17h30, com a ajuda de um drone operado por turistas que passavam pela trilha. As imagens do drone, segundo a família, são reais e mostram a jovem caída.>
De acordo com Mariana, Juliana fazia a trilha com um grupo de cinco pessoas e um guia local. O acidente teria ocorrido no segundo dia da caminhada, após a brasileira relatar cansaço. “O guia falou: 'então descansa' e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu. O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, contou.>
Juliana Marins é formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, fazia um mochilão pela Ásia e já havia passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.>