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Elis Freire
Publicado em 19 de abril de 2025 às 19:58
Oficinas de vestuário de fornecedores da gigante Shein estão fechando em um distrito de Guangzhou, na China, chamado de "Vila Shein". Lá, mais de 20 fornecedores que operaram no mesmo prédio já fecharam, além de outros em ruas próximas da cidade, que comporta inúmeros locais de confecção de roupas. As informações são do Valor Econômico, revista do O Globo. >
O fechamento das “lojas” seria motivado pela decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a isenção de impostos para pequenas remessas internacionais. Como grande parte dos produtos são exportados para o país americano, manter os pequenos preços e os grandes estoques está sendo cada vez mais difícil. >
Pilhas de bolsas da Shein, que chegam pelo correio aos compradores nos Estados Unidos, podiam ser vistas empilhadas em lojas que estavam abertas no início deste mês, mas agora o distrito está bem menos movimentado pelo setor do vestuário. >
"Os pedidos da Shein caíram este ano e nossas vendas também", disse à revista um funcionário de uma oficina que emprega cerca de 20 pessoas.>
A canetada de Donald Trump deu fim à política "de minimis", que isentava remessas internacionais com valor de varejo igual ou inferior a US$ 800 dos impostos de importação americanos. A medida valerá a partir de 2 de maio.>
A pressão sobre a economia chinesa, então, está cada vez maior e o mercado em alerta. Segundo a publicação, o crescimento econômico real permaneceu estável em 5,4% no trimestre de janeiro a março, em comparação com os três meses anteriores, mas economistas apontam que o segundo trimestre pode ser desafiador.>
"Oficinas fecharam em todos os lugares em apenas dois meses", disse Li Lianghua, empresário originário da província de Hunan. Li, que administra uma oficina em um prédio de quatro andares em Panyu, apontou para um desses espaços nas proximidades. >
Uma das alternativas dada pela Shein aos fornecedores seria uma mudança para o Vietnã, para driblar o impacto dos planos tarifários de Trump. Porém, empresas de menor porte não tiveram recursos para esta mudança e a única alternativa foi fechar as portas.>