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Maysa Polcri
Publicado em 23 de junho de 2025 às 18:04
Em mais um capítulo da guerra que teve início com confrontos entre Israel e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Irã deu uma “resposta muito fraca” ao bombardeio americano contra instalações nucleares iranianas no fim de semana. Nesta segunda-feira (23), uma ofensiva do Irã foi direcionada à maior base dos Estados Unidos no Oriente Médio, em Doha (Catar). >
Em uma publicação em seu perfil na rede social TruthSocial, Trump disse que o Irã disparou 14 mísseis contra uma base americana no Catar, sendo que 13 foram interceptados. O último caiu em uma região que não oferecia riscos, de acordo com o presidente. Vídeos mostram clarões cruzando o céu em Doha e a população assustada com o ataque. >
"Fico feliz em informar que nenhum americano foi ferido, e quase nenhum dano foi causado", escreveu o presidente. Trump ainda agradeceu o aviso de que o ataque aconteceria. Nesta segunda, a imprensa internacional noticiou que o Irã havia entrado em contato com autoridades dos EUA e do Catar para comunicar o ataque.>
"Talvez o Irã agora possa caminhar rumo à paz e à harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo", completou Trump. No domingo (22), os Estados Unidos atacaram três locais no Irã: Fordo - instalações nucleares fortemente fortificadas - uma usina de enriquecimento Natanz e uma localidade da cidade de Isfahan, onde se acredita que o Irã guarda seu urânio enriquecido. >
A ofensiva contra à base americana de Al-Udeid, no Catar, foi uma resposta ao ataque dos Estados Unidos realizado no final de semana. As Forças Armadas do Irã disseram que violações à sua "integridade territorial" terão resposta, em comunicado divulgado no Telegram nesta segunda-feira (23). >
"A base Al-Udeid foi alvejada com ataque de mísseis devastador e poderoso na operação Besharat Fatah. Essa base é o quartel-general da Air Force e o maior ativo estratégico do exército terrorista americano na região", afirmaram. Em outro comunicado, o Conselho de Segurança Nacional Supremo do Irã prometeu atacar os EUA da mesma forma em que for atacado, ao comentar as ofensivas contra o Catar. >
"O número de mísseis usados nesta operação foi o mesmo número de bombas utilizadas pelos EUA ao atacar as unidades nucleares iranianas", afirmou, acrescentando que o país evitou mirar em áreas residenciais e urbanas. "Esta não é uma ameaça ao nosso amigável Catar, continuamos comprometidos em manter nossa relação histórica e calorosa", disse o conselho iraniano, responsável por aprovar o ataque.>
Na semana passada, o governo iraniano ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, uma "artéria" da indústria petrolífera por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo do mundo. O bloqueio da via marítima, localizada entre o Omã e o Irã, seria uma das possíveis formas de retaliação do governo iraniano caso os EUA entrassem de fato na guerra - o que aconteceu no domingo (22). >
Protegido pelos EUA, o estreito é a principal rota marítima para navios petroleiros no mundo. Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa pelo estreito. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado ou combustível fluíram diariamente pelo local, segundo dados da plataforma de monitoramento marítimo Vortexa. >
As ameaças de grupos políticos iranianos de bloquear o Estreito de Ormuz preocupam o mundo todo, já que isso poderia provocar a disparada no preço do barril de petróleo. Com o confronto entre Israel e Irã, navios petroleiros foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na região.
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A Embaixada do Brasil em Tel Aviv, Israel, deu início ao processo de identificação dos brasileiros que desejam sair do país, em razão do conflito com o Irã, iniciado dia 13 de junho. Em um alerta consular divulgado na última sexta-feira (20), a representação diplomática disse que monitora os efeitos dos ataques de mísseis e demais projéteis contra o território israelense e divulgou um formulário para preenchimento dos brasileiros em Israel.>
“De modo a permitir a identificação e localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a embaixada solicita que seja preenchido o formulário abaixo indicado”, diz o comunicado. O formulário deve ser respondido por pessoa, independentemente da idade. Entretanto, a embaixada disse que, até o momento, “não há um plano para eventual operação de repatriação ou evacuação de brasileiros a partir de Israel. >