2018 foi o ano dos esportes radicais: veja quem brilhou

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 30 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Na nossa história, nos acostumamos a ser o país dos esportes coletivos todo ano. O futebol sempre foi a locomotiva, puxando o basquete e, nos últimos 30 anos, o vôlei.  Mas 2018 foi o ano dos esportes radicais. E, ainda bem, de modalidades que estarão nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. No skate e no surfe, o Brasil começará o ano pré-olímpico com campeões mundiais. No skate park, Pedro Barros, enfim, subiu no posto mais alto do pódio. Após duas pratas seguidas, em 2016 e 2017, o skatista venceu o Mundial deste ano, na China. É o nome de maior destaque na modalidade nos últimos anos e só não chegará a Tóquio como favorito se levar um gancho pesado no caso de doping por um dos princípios ativos da maconha, em que ele aguarda julgamento. No mar, Gabriel Medina conquistou o bicampeonato mundial com maestria. Mostrou maturidade, equilíbrio, estratégia e muito talento para conquistar o troféu de 2018.  O país ainda comemora o 3º lugar de Filipe Toledo e fato dos brasileiros terem vencido nove das onze etapas da competição. No feminino, com a naturalização de Tatiana Weston-Webb, ganhamos uma competidora em franca ascensão, que ficou com a 4º colocação no Mundial e tende a brigar pelo título em 2019. Radical também é Ana Sátila, da canoagem slalom, campeã mundial do K1 Extreme. Ana é um talento e já bateu na trave nas categorias principais da modalidade. Pode alcançar voos mais altos em 2019 e no ano olímpico. Outro esporte que pode ser considerado radical e que tivemos um campeão mundial é o mountain bike. Henrique Avancini, com uma evolução impressionantes, conquistou o título na maratona, na Itália. É o atual 4º do mundo, mas ficou em 2º em boa parte do ano. Fugindo dos radicais, tivemos bons resultados em 2018 na natação, na canoagem velocidade, no tênis de mesa, na vela, no levantamento de peso e no atletismo (arremesso de peso). Vamos em frente!

Bolsa Atleta O corte de quase 50% dos beneficiários do Bolsa Atleta, anunciado pelo governo federal na última sexta (28), terá impacto imediato no esporte brasileiro. Muitos atletas que teriam direito ao benefício por cumprirem as especificações legais dele, não receberão mais o dinheiro. E se o esporte não dá dinheiro, o esportista tende a colocá-lo em segundo plano.  Modalidades olímpicas de menor apelo midiático como handebol, polo aquático, esgrima, entre outras, tendem a ser as primeiras a minguar. Com a facilidade de naturalização dos dias atuais, é possível também que vejamos nossos atletas vestirem outras bandeiras também. Mas o impacto maior do corte, a médio-longo prazo, será na base. Se alguns atletas tops seguirão recebendo o Bolsa Atleta (uns poderiam abrir mão, inclusive, já que têm outras fontes de renda maiores), a base foi completamente alijada da benesse do projeto.  Um caminho que se iniciou, mesmo devagar em todos os sentidos, após o Rio-2016 tende a nem mesmo dar resultados para o país daqui a três ou quatro ciclos olímpicos. Voltaremos uns 20 anos no tempo, infelizmente.

*Ivan Dias Marques é subeditor do Esporte e escreve aos domingos