2021 ensina solidariedade até o fim

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  • Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O esperado era celebração, mas vivemos o dezembro mais difícil da nossa história recente. Chegamos ao fim do ano com dezenas de municípios em situação de emergência na Bahia, milhares de famílias desabrigadas e pessoas mortas nessa que é uma das maiores tragédias climáticas de que temos notícia em nossa região. O volume de chuva que desabou sobre o estado foi infinitamente maior do que a nossa capacidade estrutural, rios transbordaram, cidades ficaram ilhadas. Um cenário de grande tristeza, mas que também trouxe à tona a nossa imensa força de empatia e solidariedade. Ainda que nem todas as pessoas atingidas por esse drama já tenham recebido ajuda, certamente o grande movimento em prol dos milhares de cidadãos afetados é uma explícita demonstração da essência do povo brasileiro, em especial do baiano.

No ano em que se acreditou, pelo índice de vacinação contra a covid-19, ser possível retomar à alegria amorosa dos encontros familiares e que saudades seriam aplacadas, a chuva chegou com um grande “ainda não” em muitos lares. Principalmente naqueles mais vulneráveis que já lidam com diversas agruras, o momento de confraternização foi substituído por mais uma situação de luta pela sobrevivência. Neste momento, a Bahia está nos telejornais de todo o país não como o paradisíaco destino turístico tão procurado, mas como cenário de drama humano. A solidariedade, no entanto, também entra em cena. Muitos dos que tiveram suas casas preservadas, suas ceias postas à mesa, estendem as mãos àqueles que passam por mais essa dificuldade. São centenas de campanhas de arrecadação de todo tipo de itens necessários para quem perdeu quase tudo.

Não é exatamente esse o espírito dessa época do ano? Na prática, os baianos exercitaram aquele ensinamento que, tantas vezes, fica apenas nas palavras. Em um momento no qual não há alegria possível, a Bahia substitui sua natural efervescência pela mais comovente empatia. Ainda que a motivação seja dolorida, relembrar que se pode contar com as pessoas que habitam esse estado é um alívio em tempos tão difíceis. Neste momento, famosos, anônimos, empresários e diversas instituições permanecem mobilizados em prol dos que tiveram suas vidas radicalmente impactadas pelas enchentes. São inúmeros os pontos onde se pode doar itens de primeira necessidade e trabalho. Separar, organizar e encaminhar donativos e informar às pessoas sobre como ajudar são atividades às quais muitos baianos têm se dedicado nas últimas semanas.

Diversos estados também se integraram ao que se tornou um grande mutirão de proporção nacional. Além das doações individuais de cidadãos brasileiros de norte a sul, líderes do executivo deram apoio oficial. Juntos por uma mesma causa, enviaram equipes de salvamento e equipamentos vários. A Bahia agradece, entendendo que esses governadores, acima de qualquer questão política, mostram saber o que importa, em uma ação humanitária que prioriza a vida e a segurança das pessoas. Uma maturidade política, um compromisso com a população que tem outro exemplo contundente nas ações alinhadas entre nosso estado e capital, durante esta pandemia. 

A verdade é que 2021 traz desafios muito grandes até o fim. Fome, pandemia, enchentes, desemprego. São muitas as mazelas que a humanidade tem enfrentado nos últimos tempos, e um único caminho: solidariedade. Em finais de ano, é natural que todos façam os seus balanços pessoais, que projetem sonhos e desejos individuais, que pensem sobre o que aprenderam. Um balanço necessário e que pode ser mais produtivo ainda quando se pensa além do indivíduo. As dores coletivas foram muitas e os aprendizados também. Talvez o maior deles seja, justamente, a compreensão de que o cuidado com todos é condição necessária para a felicidade de cada cidadão.