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Cesar Romero
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
A Fonte, obra de Marcel Duchamp (foto/divulgaçãoi) Para onde vai a arte contemporânea? Até quando durarão seus materiais e conceitos? Certo é que já se tornou acadêmica e absolutamente repetitiva. Vejamos as esculturas tubulares, as sombras, os cubos, as cordas, as fotos desfocadas, as caixas com adornos, os livros de arte e outros. Nada disso está errado e se presta perfeitamente à arte contemporânea. O grave é a cópia. O não saber fazer com as informações do mundo circundante. O achismo não é arte, nem também o que o indivíduo quer que seja arte. Tudo cabe no humano para o bem e para o mal.
Os críticos e curadores desesperados em aparecer e não fazer história se lançam em delírios para parecerem maduros, geniais, oportunos. Negar a arte contemporânea é uma sandice, uma aberração, ela foi libertadora, funcionou para o bem e para o mal. Para o mal quando o “inventor” faz coisas que nem sabe o que é e nossos olhos fazem greve.
A arte contemporânea é uma ação de costumes, advinda das grandes transformações socioculturais ocorridas nas últimas décadas. Ela é uma amálgama de diversas técnicas, estilos e escolas. Nunca antes se teve tanta liberdade, diversidade de recursos, materiais e aceitações tão passivas, como se o termo contemporâneo fosse sinônimo de qualidade. Pode ter inventividade, mérito ou ser uma tonteria. Não é o que se pode atingir, mas possibilidades para meditação de novos conteúdos.
Sem Duchamp provavelmente não teríamos a arte contemporânea. Seu legado começou com a pintura até 1912 e revelou que a pintura lhe interessava apenas como elemento intelectual e seu objetivo era ultrapassá-la. Buscou os Ready-Mades. A Fonte(foto), que é seu trabalho mais emblemático. Duchamp foi um dos homens mais inteligentes do século XX. Sem a menor cerimônia muda-se um fio de cabelo e o trabalho passa a ter outra assinatura. Existem artistas que colecionam livros e revistas de arte contemporânea, não como produtos para informações, mas para copiar detalhes de cada um, fazer uma “colcha de retalhos” dos achados e dizer-se um criador.
Não há uma concordância de ideias entre críticos e historiadores sobre o início da arte contemporânea. Aproxima-se do pós Segunda Guerra mundial, como um rompimento com a arte moderna. Revelava-se por meio de variadas linguagens, experimentação de novas técnicas e materiais. No final do século XX a ecologia e o reaproveitamento de materiais são temas recorrentes e se popularizaram com a revolução digital. Mas não se podem negar a força e a representatividade da cultura popular, que exerce grande influência na “cultura culta”. Na arte nunca se deve esquecer nossos antecessores.