A arte nos torna seres humanos melhores

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 19 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Obra de Ivan Serpa, criado do Grupo Frente (foto/divulgação) Todos sabem que a arte abre horizontes, não só para quem a pratica ou ensina. A arte nos torna seres humanos melhores. Reivindica nossa adesão a experiências estéticas, nos abre os sentidos e a cognição, de forma simples, não invasiva. A arte funciona como o ar, estamos envoltos nela e nem nos damos conta. O sujeito pensante estabelece uma relação indissolúvel se o objeto pensado for Arte.

As academias tentam tornar a arte extremamente complexa, sacralizá-la com discursos que nem o próprio artista expositor entende ou sabe. Faz sua catarse com sonorizações, mais nunca dá forma ao pensamento. Estas posturas distanciam as pessoas da arte, especialmente as mais simples, as que deveriam ter mais atenção.

Quem deve escolher sua linguagem é o artista e estar convencido dela, não por uma questão de moda, nem maior oportunidade de ser selecionados em Salões ou Bienais. Os teóricos, que desenvolvam suas teorias, que as vivam, porque nunca serão capazes de transformar suas “bolações” no fazer artístico.

Precisamos resgatar nossos Salões, nossas Bienais, que deverão ter calendário fixo. Os Salões sempre foram a porta de entrada de novos talentos. Nossos espaços de arte precisam sempre estar ocupados, foram criados para isso, e só por isso tem sentido sua existência.  

Os artistas de hoje preferem o isolamento. Mas já não basta o do atelier? É de vital importância a convivência entre artistas, as trocas de informações, as discussões criativas, os caminhos, as alternativas, acolhimentos, fraternidade, cooperação, conviver com as diferenças, não radicalizar achando-se professor de Deus.

Um exemplo lapidar foi o Grupo Frente, criado pelo professor Ivan Serpa (1923-1973), um dos maiores mestres da arte brasileira, os artistas reuniam-se no atelier de Serpa, no Méier, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Entre os nomes que frequentavam o grupo predominavam artistas não-figurativos, mas não havia a obrigatoriedade de se pertencer a essa ou aquela corrente estética e lá estavam Aluísio Carvão, Décio Vieira, Hélio Oiticica, Lígia Clark, Lígia Pape, Vincent Ibberson, Abraham Palatinik, Franz Weissmann e a naif, ou primitiva, Elisa Martins da Silveira - e ninguém a rejeitou ou quis mudá-la. Poucos artistas foram tão ridicularizados e homenageados como o francês Henri Rousseau que era primitivo. Henri Rousseau foi o percussor do Surrealismo, movimento surgido na França nos meados dos anos 20, tendo como teórico André Breton, falecido em 1966.

Os juízos de valor de uma gramática visual devem ser bem pensados e repisados para que a injustiça não seja uma regra.