A arte tem que ser visceral

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  • Cesar Romero

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Obra do pintor Corneille (1922 – 2010) um dos criadores do Grupo Cobra (foto/divulgação) A arte tem que ser visceral, para não cair em diluição. Diz-se que um artista é inquieto, quando ele busca, dentro de sua própria linguagem novas saídas, novas proposições.

O encantamento da arte está em sua coerência, sua sustentação. E é para isto que existe a intuição e a ordenação do pensamento. Arte despegada não é arte. Ser abstrato não é jogar-se pigmentos coloridos num suporte e sem ater-se a nada misturar as massas corantes em várias direções. Também copiar a natureza como ela é não se justifica mais hoje.

Hoje a pintura e a fotografia retornam a seu auge, nas principais galerias do planeta. Pesquisas de mercado da Art Shine – Rise Corporation sustentam essa tendência. E o que se busca é a originalidade.

Uma das coisas mais importantes na arte é a digital, a marca pessoal, intransferível do artista, sua linguagem específica ou idioleto.

Todo artista deve perseguir uma forma de expressão individual, inconfundível, o que se torna cada vez mais difícil, dada a velocidade da informação do que se faz em todas as partes do mundo, o aparecimento e queda das sucessivas escolas e dos modismos que suprem os sequiosos de novidade. Mas, ao mesmo tempo, essa dificuldade – pela mesma velocidade de informação - pode transformar-se em facilidade porque permite a busca de um desvão inexplorado, no campo da criação artística. 

O conceito de Aldeia Global de Herbert Marshall McLuhan que fala do encurtamento de distâncias, recriando no planeta a situação social e cultural que ocorre em uma aldeia, provocadas pelas transformações estimuladas pela revolução tecnológica, do computador e das telecomunicações. Quer transformar tudo em tábula rasa. Não, as pessoas são diferentes entre si.

Vindo ao Rio de Janeiro participar da mostra Opinião/66, o pintor Corneille (1922 – 2010) um dos criadores do Grupo Cobra (1948 – 1951) que tutelava a defesa da livre expressão e do gesto espontâneo na desfiguração colorida das figuras, declarou: “o pincel, a tela, e as cores permite e sempre permitirão a criação de mundos totalmente novos em termos de pintura”.

Há sempre uma forma de expressão pessoal e inconfundível, uma linguagem especifica de artista criador. Temos Alfredo Volpi, Antonio Maia, Rubem Valentim, Israel Pedrosa, Anna Letycia, Athus Bulção, Piet Mondrian, Keith Haring, Joaquim Torres Garcia, Lucio Fontana, James Ensor, Augusti Herbin. Todos se destacaram pela disciplina, trabalho apurado e dedicação ao ofício. No curso do tempo fizeram história. Dedicações empoderadas.

A arte pode sempre renovar-se, sempre. Basta o Acolhimento e Vontade.