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Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2021 às 05:00
- Atualizado há um ano
Depois de 10 anos de luta, vencemos as forças contrárias ao desenvolvimento baiano e estamos dando andamento à conclusão da FIOL. Mas, para seguir crescendo, a Bahia precisa de um modal ferroviário forte e competitivo. Por isso, apesar de termos vencido uma batalha, a luta continua pela manutenção e modernização da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA/VLI), que deveria estar funcionando como ligação entre o nordeste e o sudeste, e também como integração entre os municípios do próprio estado da Bahia.
Quarto maior produtor mineral do país e com um agronegócio pujante, que representa 25% do PIB estadual, o estado da Bahia carece de uma malha férrea que atenda à sua demanda de transporte de cargas. Apesar de ser cruzada pela FCA, a Bahia depende de caminhões para escoar as cargas de algumas de suas principais mineradoras, bem como para o transporte de combustíveis, frutas e importantes produtos do agronegócio. Econômico, seguro e eficiente, o modal ferroviário é imprescindível para um estado que cresce, como a Bahia. Por que, então, o estado vem sendo preterido nesse setor?
A malha ferroviária existente em território baiano corresponde a um dos raros trechos do Contrato de Concessão em que os acionistas da Concessionária VLI/FCA não são usuários. O PNL (Programa Nacional de Logística) de 2015 já mostrava que as rodovias BR 101 e 116 são os corredores com mais carga do Brasil e, paralelo a elas, na Bahia, nós temos uma ferrovia que está abandonada.
Em 1996, quando a FCA passou a operar sob gestão da VLI, a malha ferroviária na Bahia correspondia a 1942 quilômetros. Hoje, segundo a própria concessionária, são 1550 quilômetros. Os trens sumiram, não transportam nem cargas e nem gente. Houve sucateamento da malha, abandono de trechos e até mesmo o ramal ferroviário de acesso ao Porto de Aratu foi extinto. A VLI não só retirou os trilhos bem como os dormentes. As pessoas não usam mais o trem pois ele não existe. Cadê esse trem? Precisamos saber porque se transportava combustíveis pela FCA no passado e hoje não mais; porque o trecho que alimenta o porto de Aratu foi desmanchado. Essa concessão precisa ser feita para desenvolver o modal, não para travar.A Bahia se desenvolveu e a FCA não acompanhou. Temos uma enorme demanda. Segundo levantamento feito pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), na base de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), mais de 6 milhões de toneladas de minérios foram produzidas a menos de 50 km da FCA em 2020. A modernização pela FCA tem que ser agora. A VLI já pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para prorrogar o seu contrato de concessão da ferrovia e os produtores baianos não podem passar mais 30 anos no atraso. Não temos nada contra a privatização, mas é preciso que ela seja benéfica para a população. Precisamos de garantias de que a empresa, ou qualquer outra concessionária, irá investir no trecho baiano da ferrovia, apresentando uma solução para a falta desse trem, considerando não apenas a demanda atual de carga ferroviária como o seu potencial futuro.
Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral