A bicicleta e a pandemia

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Publicado em 18 de maio de 2021 às 05:12

- Atualizado há um ano

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Após perceber o quanto as bicicletas são importantes, passei a vê-las com mais frequência e em todos os lugares. Quando se fala em esporte, lazer, saúde, meio ambiente, mobilidade, turismo, educação e sobre diversos outros  temas, lá está ela, presente e desempenhando, muitas vezes, um papel de destaque.

Há mais de um ano, o assunto mais falado é a pandemia causada pela covid-19. Diante do cenário inédito em todo o planeta, muitas empresas estão fechando, trabalhadores perdendo os seus empregos, pessoas morrendo e grande parte dos segmentos enfrentando uma grave crise econômica.  O ano de 2020 foi quase que completamente “perdido” para boa parte do comércio diante de tantas dificuldades, no entanto, eis que surge, mais uma vez, a bicicleta, com um aumento de 50% nas vendas de 2020 em comparação a 2019**.  Mas como assim? Como pode a bicicleta ter um aumento tão expressivo em vendas no mesmo ano em que a economia entrou em crise e pegou a todos de surpresa? A resposta é simples: a bicicleta é mais viável também nos momentos de crise.  Bem mais barata para ser comprada e mantida que um automóvel ou uma motocicleta, a “magrela”, como também é chamada, se enquadra na recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto ao distanciamento, ampliando a sua participação como meio de transporte, pois pessoas se sentem mais seguras pedalando quando há menos automóveis circulando nas ruas, optando também por pedalar em vez de encarar a aglomeração nos transportes públicos coletivos.  A bike também é destaque no quesito saúde, fazendo-nos recordar a velha recomendação médica sobre praticar atividades físicas. Como se não bastasse, a bicicleta está dando também uma significativa contribuição na geração de emprego e renda, sobretudo no trabalho por delivery, influenciando o crescimento do mercado de bicicletas.

São tantos os benefícios gerados pelas bicicletas que a Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma força tarefa para garantir a sua continuidade nas cidades europeias, incentivando a mobilidade ativa, transformando propostas em políticas públicas, adequando o planejamento urbano e acolhendo ciclistas e pedestres, para que utilizem, de   maneira mais segura, as ruas e demais espaços públicos.

Em Lauro de Freitas, na Bahia, um passo importante já foi dado com a criação da Lei 1.892/2020, que destina o percentual de 5% da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito na implantação de sinalização exclusivamente voltada aos ciclistas.  A medida ampliará a segurança dos que já pedalam, incentivando o uso da bicicleta, elevando o desenvolvimento da cidade com a geração de emprego e renda, o status em relação ao conceito de modernidade e sustentabilidade.

A bicicleta continua presente e atual, contribuindo com o desenvolvimento sustentável das cidades.

Hendrik Aquino é designer e jornalista, pós-graduado em planejamento urbano e gestão de cidades.** Levantamento realizado pela Aliança Bike.