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Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2021 às 14:40
- Atualizado há um ano
Faleceu semana passada o artista paulista Antonio Carelli, nascido em Capivari, São Paulo em 1926. Foi pintor, desenhista e professor, assumindo com maestria todas essas atividades. Como pintor tinha na cor e na composição sua maior vantagem. No desenho as linhas soltas e sobrepostas se desenvolviam num emaranhado singular. Teve uma boa formação artística.
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Iniciou seus estudos artísticos com Yoshiya Takaoka (1909-1978), em 1945. Na década de 1950, viveu em Paris, onde frequentou a Académie Julian e a Académie de La Grande Chaumière e estudou desenho e pintura com André Lhote (1885 – 1962). Fez uma exposição individual de mosaicos no Museu Bourdelle. Em 1952, iniciou o curso de mosaico de ravenna na Escola de Arte Aplicada Italiana, sob a direção de Gino Severini (1883 – 1966). Participou da equipe do mosaicista Lino Melano e realizou murais em edifícios franceses, com base em maquetes de Fernand Léger (1881 – 1955).
Sua experiência na França foi fundamental em sua carreira, aprendeu línguas, técnicas. De volta ao Brasil, fez pinturas murais e trabalhou com Bonadei (1906-1974), pintando paisagens do litoral norte de São Paulo. Em 1979, criou o Ateliê 74, onde ensinou desenho, pintura e mosaico. A partir de 1983, dedicou-se exclusivamente à pintura. Mudou-se para Caraguatatuba em 1986, e criou o Projeto Arte Litoral Norte, um movimento artístico que inclui a realização de exposições, debates, publicações e vídeos.
Suas paisagens tem sua digital, seu fazer único, o consagrou. Sua participação no Projeto Arte Litoral Norte deu a comunidade de Caraguatatuba em 1986, o desenvolvimento de atividades ligadas a arte, que trazia artistas das regiões circunvizinhas a estarem e participarem dos eventos inclusive de São Paulo.
Antonio Carelli era disciplinado, cuidadoso com o que fazia e estava sempre buscando o melhor. Lançou muitos artistas que hoje fazem parte do cenário nacional e contribuiu com seus ensinamentos com a cultura local.
Era um professor por excelência, não escondia nada de seus discípulos, passando sempre o que aprendeu em suas viagens a Europa. Fez uma geração de pensadores em arte em Caraguatatuba, formando um grupo seleto de pesquisadores.
Em 2002 realizou na Pinacoteca do Estado de São Paulo a sua mostra mais importante: António Carelli/Retrospectiva com desenhos, painéis cerâmicos, mosaicos e pinturas.
Em 2009, o Memorial da América Latina de São Paulo, em comemoração ao Ano da França no Brasil, incluiu seu nome entre os melhores artistas brasileiros que a partir do século XIX escolheram a cidade de Paris para estudar, residir e trabalhar.