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Cesar Romero
Publicado em 11 de março de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Retrato de Gonzaga Duque, de 1912 (Foto: Divulgação) As primeiras manifestações escritas sobre obras de arte e artistas vêm da Grécia antiga, com Duride Di Samo no século IV a. C.
A crítica de arte surgiu como argumentação, pensar ordenado no século XVIII, quando no fervor de manifestações artísticas e importância da imprensa escrita.
No Brasil, o primeiro crítico foi Gonzaga Duque (1863-1911) (foto). Antes, os escritos eram apenas descrições. Gonzaga Duque deu ao Brasil textos reflexivos sobre a arte e sua utilidade. Em nosso país, como profissão específica, a atividade se deu com a criação da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) em 1949, ligada à Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), fundada no ano anterior em Paris. O crítico de arte passou a ser um especialista. Este ano, a ABCA completou 70 anos de fundação e tem 180 associados.
As associações de classes são imprescindíveis para a cidadania. O fazer crítico está no campo da produção do conhecimento, convivência e troca de saberes. A ABCA, através de seus profissionais, foi responsável pela criação da Bienal Internacional de São Paulo.
A crítica de arte não é uma ciência. Tem seus sinais e sintomas, que dão legitimação, espaço e método, para seu exercício.
A crítica de arte já começa com uma contradição: traduzir para o verbal ou escrito o que é expressão visual. Aí, surge a possibilidade do Crítico Inventor: gerar uma nova meditação para o produto artístico e estabelecer pontes de contato entre a obra realizada e público. Necessário análises bem fundamentadas e critérios aos juízos de valor. Perder a credibilidade é uma pesada vergonha, que custa ao indivíduo a aversão social e histórica.
Ao Crítico Pragmático, cabem curadorias, participar de júris de seleção e premiação, congressos, seminários, debates, formação de acervos particulares ou de instituições, interlocuções com artistas, acompanhamento de carreiras, pesquisas e organização de contextos.
A filosofia, sociologia, antropologia, historiografia, pedagogia, psicologia, literatura, contribuem na interpretação da arte. A crítica de arte em sua maior extensão se dá pela palavra enquanto ação. Fixando em catálogos, livros, revistas e jornais, envolvendo o público num ritual de ideações e visibilidades. Buscando a formação de um pensar reflexivo, de um olhar diferenciado para o sensível.
A crítica de arte também é um ramo da literatura. O texto crítico finalizado pode ser obra de arte autônoma.
O trabalho do crítico é buscar estratégias de comunicabilidade, apoiado nos fundamentos das ciências humanas. Despertar sentimentos e ativação dos órgãos dos sentidos.