A festa da carne tem diversos territórios femininos

Por Flavia Azevedo

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Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Tá chegando, já chegou! A festa da carne - e de todos os sentidos - tem diversos territórios femininos. Mapeie e se jogue! É tudo para a nossa folia e prazer! A culpa é da mãe O bloco nasceu, em 2017, da necessidade de mães levarem para as ruas questões da maternidade real. Nesse universo, as cobranças recaem principalmente sobre as mulheres, trazendo uma solidão muito comum, facilmente identificada em cada uma delas. É triste, é duro e ninguém merece viver isolada o importante momento de cuidar das crias. No bloco - curtindo o Carnaval e topando falar sobre o tema - estão mães que se dedicam aos seus bebês, mas também são foliãs e não querem perder o contato consigo mesmas. Informações na sede: Rua das Laranjeiras, 46. Gabriela Guimarães (foto: Itala Martina) Não é Não! Que pena que precisa, mas, se precisa, que bom que existe: a ação Não é Não - que surgiu em 2017, no Rio - vai estrear no Carnaval da Bahia. Serão 25 mil tatuagens temporárias distribuídas com a mensagem 'Não é Não', durante a folia. A ideia é trazer, na pele, a exigência de respeito ao corpo feminino. “Além de nos reconhecermos e mostrar que decidimos sobre os nossos corpos, ainda há reflexos nas questões de autoestima e de segurança na rua. É possível você paquerar, flertar com a pessoa no Carnaval, sem constranger, sem invadir o espaço do outro, sem transformar aquele momento feliz em um momento de angústia. Eu topei ser embaixadora da campanha por todas as situações que eu passo e já passei, que minhas amigas passaram. A gente não tem mais que enfrentar isso”, diz a  coordenadora local da Não é Não, Gabriela Guimarães (foto). Você já pode garantir a sua tatoo em um dos seguintes pontos: Coreto Store (Shopping Bela Vista), Coffeetown (Vitória), Hamburgueria Melt (Itaigara) e Miranda Studio e The Finds (Rio Vermelho). E hoje tem distribuição no Acústico do MAM com Bailinho de Quinta, às 16h30, no Solar do Unhão. Baile das Gordas Aqui não tem apertar a barriga, colocar uma "roupa mais folgadinha" nem cobrir os pneuzinhos. Pelo contrário! É pra ter orgulho, estar à vontade no próprio corpo, relaxar. O bloco sai amanhã, no circuito Barra-Ondina e há alguns requisitos para participar: tem que ser mulher, vestir a partir do manequim 46 e chegar fantasiada. Daí, é ir encontrar todo mundo nas "Gordinhas de Ondina", às 15h. É que o mundo não é só das "fit" e elas trabalham (e se divertem) justamente pela representatividade dos diversos corpos, em espaços coletivos. No front da luta contra a gordofobia, o bloco chega à segunda edição ocupando o festivo (mas também opressor, com seus padrões estéticos) espaço do Carnaval. Encontro de Comadres Nessa quarta (27) tem ritual de mulheres, na Casa Rosada (Barris). Imersas em uma energia mística e de cumplicidade, elas prometem transformar dores em risos, danças e jogos. O evento, que começa às 12h30, é inspirado em tradições andinas das quais faz parte o “encontro de comadres”, momento de confraternização de amigas, que acontece uma semana antes Carnaval. A entrada é gratuita e tudo termina com tempero baiano: às 18h, o grupo vai para o Velho Espanha de onde seguem para a avenida, ao som do trio de Moraes Moreira. Apenas mulheres estão convidadas e devem levar: comida para compartilhar, um instrumento musical, talco branco ou farinha, três punhados de manjericão fresco e flores. A Casa Rosada estará com o bar aberto comercializando sucos, cervejas, cachaças e Pisco.