A identidade generosa de Eliana Kertész

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  • Cesar Romero

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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No Palacete das Artes, Rua da Graça, 284 – Graça a exposição Eliana Kertész, Fartura e Abundância, até o dia 8 de março. A curadoria é de Gringo Cardia nome dos mais respeitados no país em artes visuais, designer, cenógrafo, arquiteto, diretor de vídeos, teatro, ópera e moda. A exposição tem montagem monumental. Especial atenção. O curador relata que é um desejo que todos conheçam melhor a autora das obras, que são uma marca de Salvador.  

Ele se coloca como tradutor para mostrar a arte e um pouco da vida de Eliana Kertész (1945 – 2017), que veio a se a tornar vereadora mais votada em Salvador. Ainda retrata o seu caráter ousado, político, revolucionário, de quem esculpiu na contra mão do padrão estético. Revela a intimidade da escultora. A visitação começa numa representação do ateliê do artista, com objetos pessoais, fotos e moldes.

O público vai ver como era seu pensamento e depois ver sua obra e assim perceber que a obra é a extensão da pessoa. A artista sempre teve o desejo que as pessoa interagisse com suas obras, que elas ficassem públicas e ganhassem as ruas. A expo tem escalas diferentes, as gordinhas aparecem em várias dimensões. 

A mostra ainda conta com vídeos com depoimentos de pessoas que fizeram parte da sua vida. Filhos, amigos, artistas plásticos que contam histórias, curiosidade, detalhes da artista. São pessoas e percepções diferentes que mostram lados, olhares que apontam que foi á escultura.

Eliana Kertész encontrou na arte um mundo todo seu, de gratificação e contentamento.

Sua arte dá forma e diretriz ao caos, aponta caminhos, revela. Dona dos espaços, onde suas esculturas vivem plenas e generosas.

A mulher é celebrada pela artista, especialmente aquelas de polpuda volumetria.

É no barro que está o seu mistério, no amassar, moldar, tirar os excessos, na visceralidade do gesto e na doçura dos contornos. Tudo isso em íntima, estreita ligação.

Eliana e suas esculturas celebram este elo, permanente e duradouro. Sua arte se apropria dos quatros elementos da natureza: terra, água e fogo e ar, e mais, está impregnada de suas digitais, identidade e fazer, busca e encontro.

Um sonho, uma fantasia trespassa o tempo: Eliana, a menina, brinca de bonecas – as graciosas, as ingênuas, as de infante alegria e prazer.

Eliana, a mulher: laboriosa, sedutora, energia vibrátil, constante e generosa. Eliana, a artista: celebrando em seu ofício as iguais, todas as mulheres que possam haver nestes tempos. A liberdade inegociada, o direito ao fazer e ao dever, emoção solta, para o encantamento de todos nós. Uma exposição generosa e imperdível.