Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.
Cesar Romero
Publicado em 27 de junho de 2022 às 05:00
- Atualizado há um ano
A gravura de forma tradicional se inicia sobre uma matriz de madeira, metal ou pedra. A gravura tem três estágios na confecção, cria-se sobre a matriz com instrumentos e técnicas caracterizantes, depois se entinta a matriz e posteriormente vem a impressão, numa prensa ou de forma manual. Gravuras são originais múltiplos, as imagens saídas de uma matriz única podem ser reproduzidas em varias impressões, quantas o artista queira e cada reprodução numerada é uma obra de arte. A grande vantagem da gravura é ser um múltiplo que tem preço bem acessível, podendo ser consumida por muitos apreciadores ou colecionadores.
O material da matriz artesanal pode variar muito e classifica o tipo de gravura.
A gravação da imagem é um processo de incisão, podendo ser em horizonte quando o sulco recebe a tinta que aparece como positivo no produto final e ainda em relevo quando a superfície em alto relevo recebe a tinta, e o sulco aparece em negativo, sem a presença da tinta. A transferência da imagem para um tipo de suporte como papel ou tecido é de cuidadoso fazer, que qualifica ou não a artesania do artista.
O Brasil foi um dos países que mais se destacou em gravura nos anos 60 e 70 e teve representantes premiados em certames internacionais, de grande prestígio. Eram essencialmente gravadores Oswaldo Goeldi (1895–1961), nosso maior gravador; Lívio Abramo (1903-1992), Marcelo Grassmann (1925-2013), Evandro Carlos Jardim (1935 ), Carlos Oswald (1882-1971), Lasar Segal (1891-1957). Destacaram-se no Brasil instituições especializadas na técnica: Clube de Gravura de Porto Alegre, dirigido por Carlos Scliar (1920–2001), que se exercitava com temáticas sociais e políticas. Ainda o Ateliê Coletivo, criado e dirigido por Aberlado da Hora (1924-2014), em Recife, que produzia, sobretudo, xilogravuras, inspiradas na cultura popular nordestina.
Em termos históricos, a gravura era executada com objetivos documentais, comerciais e artísticos. Documentais, se prestavam a registrar a realidade, um papel desempenhado hoje pela fotografia. Comerciais usadas para rótulos, impressões para propagandas. Artísticos quando o indivíduo buscava resultados estéticos.
A origem da gravura surge com a impressão. A primeira xilogravura com datação é de 1423, uma imagem de São Cristóvão, guardada com grande cuidado em Manchester, Inglaterra.
A gravura não só consolidou um enorme mercado no século XV, divulgando imagens religiosas, cartas de baralhos, selos, rótulo de produtos, jornais e livros, como até hoje nos surpreende com a alta qualidade de artista gravadores.