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A pintura de Anderson Santos é de composição

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Na Galeria Paulo Darzé, no Corredor da Vitória, mostra solo de Anderson Santos nomeada Floresta Negra até o dia 29 de fevereiro. O evento abre a programação da galeria de 2020. A curadoria é de Danillo Barata.

O artista faz a integração de diversas linguagens como a pintura, o grafite e a fotografia digital.

O ponto de partida seria a fotografia de amigos, companheiras, familiares que lhe servem como modelo e despertou seu interesse. Montou um banco de dados e a partir dele, combina digitalmente as fotografias que produzem as imagens de referência para a pintura. Com esse achado parte para a pintura manual seja na tela, tablete ou smartphone.

Tem como alusão as imagens do atelier de Francis Bacon, onde se vê fotografias dobradas, recortadas que serviam ao pintor anglo – irlandês como ponto de partida para a elaboração de suas telas. A pintura de Anderson Santos é de composição, são coisas de seu cotidiano, da sua vivência e do estado emocional que lhe toca.

Na realidade, Anderson Santos é um pintor figurativo, que se envolve em armadilhas do olhar para seu produto final. Não esquece os valores formais da pintura e busca acoplar interferências que lhe dá outras dimensões. De alguma forma Anderson Santos pode estar ligado ao hiper – realismo e seus princípios essenciais, usando a fotografia como modelo para a obra, quando o diferencial está na minúcia dos detalhes e na alta definição geral da imagem, criando uma ilusão de realidade. Os recursos mecânicos ou ópticos são de uso comum como moldes, retículas e fractalizações permitindo flagrar a ambição de atingir a imagem com sua clareza objetiva, com base no diálogo com a fotografia. A foto é usada, antes de tudo, como meio para obter as informações do mundo, pinta-se a partir delas. Anderson Santos parece viver o mesmo processo de David Hockney (1937) não se submete inteiramente ao rótulo de hiper – realista, dele se aproxima em função do registro quase documental de suas cenas cotidianas e do diálogo que estabelecem entre pintura e a fotografia.

Esta exposição integra seu mestrado na Escola de Belas Artes da UFBA e cuida do encontro da pintura a óleo com o digital. Outro aspecto é criar um espaço de encontro onde à pintura, a realidade aumentada e o vídeo convivam sem atritos.

Nas pinturas das mulheres nuas deitadas sobre lençóis os drapeados são encantatórios, pura lassidão, entremeados entre barras de cores e flores e plantas. As pinturas das florestas são de minucioso cuidado e nos dão a ideia de uma realidade aumentada. Disciplina, trabalho apurado e foco sensível. Um artista sério e reflexivo.