A pressão da internet no 'Caso DJ Ivis'

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  • Andreia Santana

Publicado em 17 de julho de 2021 às 05:01

- Atualizado há um ano

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. por Arte: Thainá Dayube/CORREIO

Quem primeiro chamou a atenção para a comoção nas redes sociais pelo caso das agressões do DJ Ivis (Iverson de Souza Araújo) contra a ex-mulher, Pamella Hollanda, foi o motorista, Charles Barbosa de Oliveira. Em entrevista, após depor à polícia na sequência da prisão do músico, ocorrida na quarta (14), no Ceará.

E ele não está errado. A repercussão do caso – principalmente entre famosos - foi de grande importância para que o artista fosse preso. Ivis vai responder por dois inquéritos, um pelas agressões recentes ocorridas este mês e outro pela violência praticada contra a vítima em dezembro do ano passado.

Em coletiva para comentar o andamento do caso, na quinta (15), o delegado Tharsio Facó, responsável pela investigação, disse que os vídeos divulgados por Pamella, inclusive, são da violência sofrida no ano passado.  O DJ Ivis foi preso na quarta (14) após pressão forte da internet (Foto: O POVO/Rede Nordeste) Ela resolveu postar as cenas no seu Instagram, no dia 11, depois de dar queixa contra o ex-marido, no dia 02. As cenas que indignaram a internet, com influencers, políticos, outros artistas e usuários das redes clamando por justiça, mostram o DJ Ivis avançado sobre Pamella diante da filha do casal, de 9 meses, e da mãe da vítima.

A polícia afirma que investigava o DJ desde a queixa prestada por Pamella e que havia também pedido medida protetiva para impedir que o ex-marido tentasse mais alguma coisa. O casal teria brigado no dia anterior à ida de Pamella à delegacia, ainda de acordo com a polícia. 

No domingo (11), com a liberação dos vídeos na internet, a pressão popular feita digitalmente e as investigações culminaram na prisão do DJ. Além de responder na Justiça, o agressor já sofreu sanções na carreira. A produtora que o representava, de Xand Avião, decidiu rescindir seu contrato.

À polícia, o motorista Charles disse que presenciou as agressões contra Pamella, mas que na hora ‘travou’, não conseguiu fazer nada para ajudá-la. De fato, especialistas no tema recomendam que a testemunha não tente intimidar o agressor, mas que chame a polícia. 

O peso da internet é decisivo para chamar a atenção para casos como o do DJ. Mas, mais do que se indignar na web, existem outras formas de amparar a vítima, seja dando abrigo para ela não ficar na mesma casa do agressor ou suporte emocional quando ela denuncia o problema. Veja abaixo algumas atitudes que você pode tomar:

SAIBA COMO AJUDAR VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICAPergunte o que houve - Ao suspeitar que algo está acontecendo com alguma mulher, não fique quieta. Pergunte o que está havendo e diga que está disponível para ouvir e ajudar quando ela quiser ou puder falar sobre o assunto;

Escute com isenção - Quem quer apoiar uma vítima de violência não deve julgá-la e sim aceitar que as dificuldades da pessoa abusada são diferentes daquelas que a pessoa que escuta o relato vive no cotidiano;

Compartilhe informação - Muitas mulheres não conseguem reconhecer que vivem situação de violência. Se puder e tiver abertura, fale sobre o tema ou mande reportagens, materiais educativos e relatos de outras mulheres que passaram pelo mesmo problema;

Ofereça ajuda prática - Muitas mulheres não saem de relacionamentos violentos porque não têm para onde ir, dependem financeiramente do marido ou têm medo de perder a guarda dos filhos. Se tiver condições, ofereça o que puder ou ajude-a a encontrar opções para ela e as crianças;

Meta a colher, sim - O ideal é que a mulher tome a decisão de sair da relação e procure ajuda. Mas, às vezes, ela pode demorar ou não conseguir. Se a situação piorar antes dela agir e você perceber que ela corre risco de vida, chame a polícia e denuncie. Nunca tente argumentar com o agressor, pois isso pode colocar você e a vítima em perigo. O número para a denúncia é o 180.

FONTE: Silvia Chakian, promotora do MP-SP/Instituto AZminaDedetização para espantar ratos em São Joaquim Agentes que atuam no combate a endemias fizeram ação na feira (Foto: Nara Gentil/CORREIO) A Feira de São Joaquim passou por uma dedetização, na segunda (12), promovida pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O objetivo era erradicar ratos. Foram 30 profissionais envolvidos, entre agentes, biólogos e veterinários. Ratos, entre outras doenças, transmitem leptospirose. Em Salvador, só este ano, foram 16 casos.

Júri popular poderá decidir caso de Amaralina

O Ministério Público da Bahia solicitou essa semana à Justiça que os 13 denunciados pela morte do tio e sobrinho, Bruno e Yan Barros, entregues por funcionários do Atakarejo para traficantes do Nordeste de Amaralina, depois de tentarem roubar carne do supermercado, sejam levados a júri popular. 

O inquérito do caso indiciava 23 envolvidos, mas só 13 foram denunciados pelo MP porque, inicialmente, a promotoria conseguiu individualizar a ação de cada um deles para a ocorrência do crime.

A polícia não indiciou o supermercado porque, segundo o inquérito, os envolvidos no caso afirmaram que a orientação do Atakarejo em casos de furto ou roubo era para que a segurança chamasse a polícia. Os envolvidos é que decidiram entregar as vítimas aos traficantes.

Na quarta (14), o motoboy Michel da Silva Lins, 21, que integra a lista dos 13 denunciados pelo MP, foi solto após ter a prisão temporária revogada. A família dele alega que o rapaz é inocente e que teria emprestado a motocicleta para um amigo. Na denúncia, consta que a moto acompanhou o carro onde foram colocados os corpos.

ENTENDA COMO É FORMADO UM JÚRI POPULAR

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ECA faz 31 anos

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei No 8.069), fez 31 anos na terça (13). A lei regulamenta os direitos previstos na Convenção dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas e da Constituição Federal de 1988. No mesmo dia, o governo federal anunciou a criação de um novo canal na plataforma Disque 100, o Disque 101, para receber notificações de profissionais de saúde sobre violações de direitos humanos e atos de violência autopromovida.

Mundo faminto

A pandemia contribuiu para agravamento da fome global, aponta o relatório anual O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado na segunda (12) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). De acordo com o estudo, em 2020, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas passaram fome em todo o planeta. O documento acrescenta que desse total, mais de 118 milhões de pessoas começaram a passar fome em razão da covid-19.

Transfobia na USP

Mapeamento da Coletiva Intertransvestigênere Xica Manicongo, de estudantes da Universidade de São Paulo, mostrou que 52% dos 88 estudantes que se identificam como pessoas trans e = não-binárias foram vítimas de transfobia na USP. No levantamento, divulgado na terça (13), a Coletiva listou problemas como despreparo de professores e profissionais de segurança para lidar com pessoas trans, gerando constrangimentos; além de dificuldades de aceitar o nome social.

VALE REFLEXÃO Rita Batista apresenta o programa Mulher com a palavra (Foto: Divulgação) "A gente vive em uma sociedade machista, heteronormativa, racista, onde qualquer coisa que a mulher fala é desrespeitada em sua integridade mental, física e tantos outros absurdos que acontecem. A gente fica estarrecida e é importantíssimo que a gente se faça ouvir, Rita BatistaEm entrevista à reporter Laura Fernandes, na sexta (16), a jornalista falou sobre a próxima edição do Mulher com a Palavra, que acontecerá do dia 25 de julho até o mês de outubro, transmitido pela TVE.