A roda gira muito rápido no mundo do futebol

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  • Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A roda gira muito rápido no mundo do futebol. No intervalo entre uma rodada e outra, uma equipe pode ir do céu ao inferno, um artilheiro passar de herói a vilão e o xerifão da zaga cair em desgraça perante seus torcedores. O esporte mais popular do país está o tempo inteiro a nos ensinar, ainda que muitos insistam em não aprender, que é preciso ter cautela antes de cravar aquela verdade que não poderá ser questionada.

O objetivo da rápida introdução é refletir sobre a estreia do Bahia na Série A do Campeonato Brasileiro – enfim, Brasileirão! E que estreia, minha amiga e meu amigo! Uma virada com autoridade para cima do Corinthians, equipe conhecida pela forte organização defensiva estabelecida por uma linha de treinadores com pensamentos parecidos: Mano Menezes (Cruzeiro), Tite (Seleção Brasileira) e, hoje, Fábio Carille.

O Bahia das finais do Campeonato Baiano e do triunfo por 3x2 sobre o Timão em nada se parece com aquele time eliminado na Copa do Nordeste e na Sul-Americana, que sofria com a falta de criatividade para chegar ao gol do adversário. A evolução tem a ver com a chegada do técnico Roger Machado, mas também com o processo natural de desenvolvimento técnico, tático e físico da equipe, com seus jogadores muito mais entrosados após quatro meses de preparação. Aos poucos, os conceitos passados pelo treinador vão sendo assimilados pelos atletas.

O elenco montado pela diretoria tricolor, inicialmente elogiado por torcedores e imprensa, sofreu com duras críticas porque a equipe não encaixou na velocidade que se imaginava, provocando as eliminações anteriormente citadas. Chegou-se a questionar a qualidade do grupo. É natural que se critique, é saudável e até benéfico, só que é preciso cautela para não confundir com execração.

Veja o caso de Rogério. Bastou alguns gols perdidos, alguns incrivelmente perdidos, é verdade, para que ele fosse ridicularizado. É esse o exercício que não acredito ser saudável. Perder gols, errar passes, tomar decisões equivocadas, isso tudo faz parte da vida do jogador profissional, principalmente quando ele não está no ápice da forma física, como acontece em início de temporada. O que nunca faltou ao atacante, todas as vezes em que ele entrou em campo, foi disposição. Rogério nunca se escondeu do jogo ou protestou contra as vaias da torcida, como fez o meia Guilherme, que ontem assinou sua rescisão de contrato. Os golaços marcados contra Bahia de Feira e Corinthians mostram que o atacante tem condição de ser útil no Campeonato Brasileiro.

Mas a roda gira muito rápido no mundo do futebol. Hoje celebrado, Rogério pode cair em desgraça novamente com os tricolores. E o Bahia, que mostra sinais de evolução, pode não fazer a campanha que o torcedor deseja. Assim como não era justo condenar o projeto pensado para o clube com dois ou três meses de trabalho, ainda é muito cedo para vaticinar que a equipe vai caminhar tranquilamente na Série A enfrentando adversários tão difíceis. Mas é certo que somente agora, com o trabalho mais solidificado, é que o tricolor vai correspondendo  ao que se esperava dele.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com e escreve às quartas-feiras