Abrigo de animais pede socorro e faz vaquinha on line

Após chuvas em Salvador, abrigo Animais Aumigos enfrenta caos. Cadela morreu

Publicado em 19 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Vitória estava operada e não resistiu após alagamento (Foto: Divulgação) Era madrugada de sábado quando a protetora Gilce Sant´Ana  acordou molhada. Na hora, pensou que os cães haviam derrubado o bebedouro e que a água havia caído sobre ela. O problema era muito maior. Em alguns segundos, Gilce se viu ilhada. Era uma água suja e, em poucos minutos, estava tudo alagado. O cenário, com 104 cães e 40 gatos mergulhados na lama, era de caos.  

As imagens dramáticas do Abrigo Animais Aumigos, no Jardim das Margaridas, circularam nas redes sociais. Alguns cães conseguiram se proteger sobre cadeiras, mesas e outros móveis. Mas, a maioria estava dentro d´água, completamente encharcada e até nadando. Muitos deles, dentro de baias alagadas, não podiam sequer deitar. As narrações desesperadas de Gilce e das também protetoras Gabriela e Maria Cristina comoveram a Internet. Cenário de caos: cães não podiam sequer deitar (Foto: Divulgação) “Nesse momento de caos a gente só pensa em proteger nossos animais. Não tem como a gente não desabafar. Desde 5 horas da manhã que a gente tenta remanejar os mais vulneráveis para um lugar seguro. Lutem conosco!”, convocou a protetora, em um dos vídeos. A preocupação imediata foi com os sete cães com dificuldade de locomoção.

Clique aqui e assista aos vídeo nos stories do Instagram do Cãogaceiro“Tinha um armário sobre a mesa e eu pus eles dentro das gavetas desse armário. Temos, por exemplo, um poodle que é sequelado de sinomose. Ele engoliu bastante água”, conta Gilce. Esses aí conseguiram se proteger (Foto: Divulgação) Uma cadela, Vitória, não resistiu. Ela havia retirado um tumor mamário e estava em recuperação. A incisão cirúrgica ainda não tinha fechado. O contato com a água contaminada, a impossibilidade de deitar e o estresse antecipou sua partida.“Eu só dizia uma coisa para tentar tranquilizar eles: ‘Mamãe tá aqui! Eu estou aqui! Eu estou aqui!”. Muitos cães tiveram que ser remanejados para o outro abrigo que ainda está em construção.Nessa hora, lamenta Gilce, não há para quem pedir ajuda. “Não há nenhum órgão do poder público. Só depois das 10h, com a trégua da chuva, a água baixou um pouco. Algumas pessoas se solidarizaram e levaram os animais para lares temporários e para um sítio que será o novo local onde pretendemos fazer nosso abrigo”.

Parte da ajuda chegou através de doações. Mas, o estrago foi muito grande. Com as chuvas, o abrigo agora tem muitos outros problemas. As duas geladeiras queimaram. A máquina de lavar queimou. Os lençóis dos animais foram perdidos na água suja. No total, 13 sacos de 15 quilos de ração se perderam. “Nossa preocupação agora também tem sido diagnosticar e prevenir leptospirose e outras doenças endêmicas ou infectocontagiosas. A água da chuva se misturou à água do esgoto e do córrego” Móvel virou abrigo (Foto: Divulgação) Por isso, o Animais Aumigos ainda precisa de sua contribuição. Além de doações diversas, como ração, vermífugo, e medicamentos, o abrigo precisa de voluntários, como pedreiros e eletricistas para a construção do novo espaço. “Precisamos também de apoio para vacinar esses animais e para obter os eletrodomésticos que perdemos”. O pequeno Angel foi colocado em gaveta (Foto: Divulgação) O Animais Aumigos criou uma vaquinha on line para que os doadores possam ajudar. Basta entrar no link abaixo. O objetivo inicial de R$ 20 mil já foi alcançado, mas o abrigo precisa de muito mais. Contribuam, seus cabras!  

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-alagamento-abrigo-animais-aumigos

É possível contribuir também com depósito direto:  Gilce Sant´Ana mora no abrigo com os cães. Dorme com eles todos os dias. Ela destaca que a solidariedade de pessoas anônimas tem sido grade, mas critica a ausência do poder público. “Infelizmente ninguém do poder público se manifesta. Temos receio de leptospirose”.

Em seis anos, o Abrigo Animais Aumigos nunca alagou. “Mesmo sendo um local com pouco escoamento, com pouca drenagem, alagava a rua, mas não chegava ao ponto de entrar na casa”. Agora, eles tentam se prevenir. “Estamos improvisando camas com madeirite com pés de 50 centímetros para o caso de novo alagamento”.