Acusado de matar e estuprar fisioterapeuta em Recife é condenado a 30 anos

Crime foi em 2017 e Edvan Luiz já estava preso

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Publicado em 5 de agosto de 2019 às 22:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Campos/ TV Jornal

Acusado de matar e estuprar a fisioterapeuta Tassia Mirella de Sena Araújo no dia 5 de abril de 2017, Edvan Luiz da Silva foi condenado a 30 anos, sendo 24 pelo crime de homicídio com quatro qualificadoras (feminicídio, emprego de meio cruel, recurso que tornou impossível a defesa da vítima e crime cometido para assegurar ocultação/impunidade de outro crime) e seis pelo crime de estupro. O julgamento começou às 9h desta segunda-feira (5) na 3ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, localizada na área central do Recife, e o juiz leu a sentença por volta das 19h30. 

Após a decisão do Júri, a defesa de Edvan recorreu com o recurso de apelação que, segundo o juiz, deverá ser analisado em no máximo um ano. 

Já estava preso O homem teve a prisão preventiva decretada no dia 6 de abril de 2017 e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Acusado era vizinho da vítima 'A gente conseguiu justiça' Mesmo bastante emocionada, a mãe da vítima, Suely Araújo, afirmou ser uma vitória a decisão do júri. "A sentença foi justa. Nós só queríamos justiça, era isso que eu pedia. Que a luta dela não tivesse sido em vão. Eu não tenho mais minha filha de volta, mas pelo menos ela lutou e conseguiu a justiça. A de Deus sei que é certa e a da gente é um pouco falha, mas eu estou feliz, não foi em vão, nada'', contou em meio a lágrimas. "Nossa luta não é só por Mirella, é por todas que vivem essa tragédia, a todas as mães também que sofrem e passam pelo que eu to passando, eu dedico essa sentença a todas elas e vou continuar lutando", completou. 

O julgamento O julgamento começou às 9h e, no início, foram sorteados sete jurados, entre 25 pessoas, para compor o Conselho de Sentença, que foi formado por quatro mulheres e três homens. Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas e, em seguida, houve a exibição de vídeos dos depoimentos gravados durante a fase de instrução do processo.

O réu foi interrogado após a oitiva das testemunhas. Após o interrogatório, houve a fase de debates, começando com a argumentação do Ministério Público. Foram exibidos depoimentos de audiências de testemunhas arroladas pelo MP e ainda imagens do corpo da vítima após a morte. A defesa expôs a tese e a argumentação foi construída na tese do direito de ampla defesa do réu, garantida pela Constituição Federal. Também questionaram os resultados laudos periciais. Não houve réplica e nem tréplica.

Relembre o caso A fisioterapeuta Tassia Mirella de Sena Araújo foi morta no dia 5 de abril de 2017 dentro do flat onde morava em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Por volta das 7h daquele dia, vizinhos ouviram gritos da vítima e um funcionário acionou a polícia. Ela foi encontrada nua e com o corpo ensaguentado no chão.

A polícia identificou um rastro de sangue que seguia do apartamento de Mirella até o apartamento onde morava Edvan e a esposa. Foi identificado sangue da vítima na porta do acusado e o homem foi encontrado dormindo, com arranhões pelo corpo.  Edvan teve a prisão preventiva decretada no dia 6 de abril. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR).