Adolescente de 14 anos está desaparecido após se afogar na Boca do Rio

Iran Oliveira entrou no mar para tirar a areia do corpo e acabou sendo levado pela maré

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 10:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho / CORREIO

Um adolescente de 14 anos está desaparecido desde as 16h desta quinta-feira (20) na Boca do Rio. Iran Oliveira estava jogando bola com os amigos na Praia dos Artistas quando se sujou de areia e entrou no mar para se limpar. Foi quando a maré o levou.

De acordo com Jefferson Carvalho, 18, amigo de Iran que estava com ele na hora, o adolescente não sabia nadar e a maré estava forte quando o jovem que sonhava em ser dançarino foi levado.

Jefferson e os amigos ainda tentaram entrar no mar para procurar o garoto e contaram com a ajuda de alguns pescadores que estavam na hora. Em vão, até quem tentava ajudar quase se afogou ao entrar na água. 

"Os pescadores entraram para tentar ajudar meu amigo, mas tiveram que ser resgatados com uma rede de pesca. É a pior sensação do mundo. Não tenho como fazer nada, não tenho como ajudar. Só me resta esperar por Deus", diz o jovem que é amigo de infância de Iran. Adolescente tirava a areia do corpo quando foi levado pela maré (Foto: Reprodução) Também amigo de Iran, Lucas Souza, 25, foi um dos que tentaram salvar o adolescente. As ondas estavam tão fortes no local que Lucas teve que ser puxado por uma amiga pra não ser levado pela correnteza. 

“Do nada, veio uma onda forte e levou ele. Eu entrei no mar para tentar pegar meu amigo, mas comecei a ser puxado. Uma menina que estava na praia com a gente me segurou e eu nem consegui chegar perto de Iran. Só vi ele desesperado pedindo ajuda”, relembrou.

Lucas conta ter pedido para Iran mergulhar mais no raso pouco antes dele ter desaparecido no mar. “A gente tinha decidido não tomar banho porque o mar estava muito revolto. De repente, ele entrou no mar para tirar a areia”, disse.

A essa altura, muitos amigos e familiares buscam apenas o corpo do jovem já que as chances dele ser encontrado com vida são baixas. Primo do adolescente, Marcos Paulo Farias, 29, espera que Iran tenha uma despedida “com dignidade”. “Parece que depois de um tempo, o corpo começou a boiar. Não temos mais esperança dele estar vivo. Queremos, pelo menos, dar um último adeus para ele”, afirmou o parente.

Diferente de muitos, Lucas ainda tem esperança de encontrar o amigo vivo: “Ele pode ter se salvado e estar vivo em algum lugar. Ele não merece esse sofrimento, ele era uma pessoa tão feliz e amada. Não entra na minha mente que isso aconteceu com ele”.

A situação abalou a todos, a mãe de Iran sequer consegue ter forças pra ficar de pé, contou o primo do adolescente.Estudante da 7ª série, o jovem completaria 15 anos em 18 de outubro e adorava dançar. “Ele sempre postava vídeos dançando nas redes sociais com os amigos”, disse o primo.

Buscas Iniciadas na quinta pelas equipes de náuticos e mergulhadores do 13°Grupamento de Bombeiros Militar (13°GBM/Gmar), as buscas pelo adolescente foram suspensas no final da tarde desta sexta e serão retomadas na manhã do sábado (22). O grupamento utiliza uma embarcação tipo motoaquática, um bote e um drone para realizar a atividade de procura.

Passadas mais de 24h do ocorrido, os amigos e familiares do jovem continuam na praia a espera de novidades sobre o caso. Um grupo de cerca de 20 pessoas percorre a faixa de areia na tentativa de encontrar Iran. “A gente está caminhando pela praia para ver se avista ago. Já andamos da Boca do Rio até  Rio Vermelho”, disse Jefferson.

Segundo testemunhas, os Salva-vidas chegaram na praia cerca de 40 minutos depois do chamado, que foi realizado com o telefone de um segurança que estava próximo a local. A forte correnteza e baixa visibilidade teriam atrapalhado as buscas, contam os presentes. 

O primo do adolescente afirma que os amigos de Iran vão continuar a procurá-lo até ter uma resposta sobre o que ocorreu. No sábado, eles planejam voltar para a praia, onde percorrerão a faixa de areia para tentar visualizar o jovem. 

*Com oritentação da subeditora Clarissa Pacheco