Adolescentes baianos estão ajudando mais nos serviços domésticos, diz IBGE

Homens também estão mais presentes nos afazeres

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 19 de abril de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (18), que mostra que o serviço doméstico feminino supera o masculino até 4h30 a mais na Bahia, também traz um dado, para muitos, surpreendente: os adolescentes estão ajudando mais nos afazeres domésticos.

No ano passado, na Bahia, 83,0% das pessoas de 14 anos ou mais de idade (10,3 milhões) realizavam afazeres domésticos no próprio domicílio ou na casa de parentes, segundo a pesquisa do IBGE.

Esse percentual cresceu em relação a 2016, quando era de 78,8%, representando mais 666 mil baianos que passaram a realizar afazeres domésticos de um ano para o outro. O aumento ocorreu de forma mais significativa entre os homens.

Em 2017, 73,3% dos homens baianos (ou 4,3 milhões) realizavam afazeres domésticos na própria residência ou de parentes. Esse percentual era de 66,2% (3,9 milhões) em 2016, o que significou mais 414 mil homens realizando afazeres domésticos, de um ano para o outro, no estado.

Já o percentual de mulheres que realizavam afazeres domésticos, na Bahia, passou de 90,3% em 2016 (5,7 milhões de pessoas) para 91,6% em 2017 (5,9 milhões) – ou mais 250 mil mulheres que passaram a realizar tarefas de casa, de um ano para o outro.

Como resultado desses movimentos, a Bahia teve, de 2016 para 2017, a terceira maior redução do país na diferença entre a taxa de realização de afazeres domésticos de mulheres e homens.

Ainda assim, essa diferença ainda era a 8ª maior entre os 27 estados. Além disso, as mulheres continuavam maioria entre os que realizavam afazeres domésticos na Bahia: 58,4% de um total de 10,3 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade.

A participação dos homens nesse universo cresceu um pouco: de 40,2% em 2016 para 41,6% em 2017.

No país como um todo, em 2017, 84,4% da população de 14 anos ou mais de idade tinha realizado afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente, o que correspondia a 142,4 milhões de pessoas.

Também há uma grande diferença nas taxas de realização de afazeres domésticos entre homens (76,4%) e mulheres (91,7%).

Mais homens Assim como ocorreu na Bahia, no Brasil houve um aumento mais intenso no percentual dos homens que realizavam afazeres domésticos (eram 71,9% em 2016) do que entre as mulheres (eram 89,8% em 2016).

Na Bahia, de 2016 para 2017, o aumento da realização de afazeres domésticos na população masculina foi bem disseminado, mas cresceu mais entre os homens brancos, de 14 a 24 anos de idade e que estavam na condição de filhos ou enteados no domicílio.

A taxa de realização de afazeres domésticos dos homens brancos aumentou de 61,4% para 73,1% (mais 100 mil pessoas), enquanto passou de 66,6% para 71,7% entre os pardos e de 69,1% para 77,9% entre os pretos – que tinham a maior taxa masculina de realização de afazeres domésticos em 2017, no estado.

Em 2017, pouco menos de 60% (59,7%) dos adolescentes e jovens de 14 a 24 anos de idade realizavam afazeres domésticos, mas foi nesse grupo etário em que a taxa mais subiu: era de 51,7% em 2016. Em um ano, mais 108 mil homens nessa faixa etária passaram a realizar tarefas domésticas.

Entre os homens de 25 a 49 anos de idade, a taxa foi de 71,3% para 78,2% e atingia seu maior patamar no ano passado. Já entre aqueles de 50 anos ou mais, passou de 69,8% para 76,4%.

Também aumentou mais a realização de afazeres domésticos por parte dos filhos ou enteados homens, de 51,0% para 58,2% (mais 264 mil pessoas), embora também fosse, em 2017, o menor percentual.

Dentre os homens, os considerados responsáveis pelo domicílio eram os que mais realizavam afazeres domésticos: 82,6% em 2017, frente a 76,0% em 2016.

As taxas de realização de afazeres domésticos, em todos os casos, são sempre maiores para as mulheres, independentemente de cor ou raça, faixa etária ou condição no domicílio.