Afrofuturo é tema do último Mulher com a Palavra

Programa apresentado por Rita Batista reúne Margareth Menezes, Monique Evelle e Preta Rara

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Caio Lírio

O Afrofuturismo também passa por pensar no agora. Afinal de contas, quem melhor para cuidar do amanhã do que o próprio hoje? Entre o plantar e o colher, há todo um planejamento, cuidado, execuções e possibilidades. Toda essa discussão estará presente na saideira do Mulher Com a Palavra, apresentado pela jornalista Rita Batista, e que terá a presença de Monique Evelle, Margareth Menezes e Preta Rara. O programa fecha a atual temporada do projeto e também o mês de outubro: acontece no dia 31, com transmissão no YouTube e na TVE Bahia.

O conceito de ‘Afrofuturo’ é oriundo do movimento afrofuturista, que ficou conhecido através do filósofo, músico e poeta americano Sun Ra, na década de 50. No Brasil, o movimento tem se popularizado nos últimos anos e, sobretudo, tem como objetivo discutir perspectivas de futuros possíveis para a população negra ao redor do mundo. É sob este olhar que o projeto reuniu as 3 personalidades negras para dialogarem sobre o tema.

Margareth Menezes afirmou que o afrofuturismo é construído no presente e para fazer o melhor possível ela opta por experimentar. "Adoro experimentar e acho maravilhosa a pesquisa que o ambiente futurístico traz, não só em relação à música, mas em toda em toda a sua expressão. O afropop é contemporâneo e flerta com o futurismo o tempo todo. Sempre falei que meu estilo, meu comportamento com a música, é afro contemporâneo", disse a cantora.

Empresária e uma das 30 personalidades abaixo dos 30 anos da revista Forbes, Monique Evelle comemora as quatro gerações de mulheres negras discutindo sobre o futuro e tomando Salvador como lente para fotografar os cenários possíveis. "Quando a gente fala de Afrofuturo, eu consigo olhar no retrovisor e saber que o que eu estou fazendo, Margareth já fazia há muito tempo", afirmou Monique.

Além das soteropolitanas Monique e Margareth, a rapper, historiadora, turbanista e escritora Preta Rara, de São Paulo, também comemorou o encontro de gerações e pensamentos no programa e acredita que a soma de tudo isso trouxe um debate muito rico.

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Balanço positivo Rita Batista não esconde a emoção para falar do projeto e confessou ter ficado muito feliz por encontrar amigas, ídolas e pessoas que a equipe já queria reunir. Uma grande ironia é que a pandemia do coronavírus possibilitou que uma série de convidadas pudesse participar, já que o programa passou a ser virtual - antes, acontecia no Teatro Castro Alves.

"Conseguimos fazer, com ajuda da tecnologia e da equipe incrível e incansável que temos. Ajustamos agendas de mulheres das mais variadas ocupações e compromissos. Foi um desafio, mas acreditamos que daria certo e funcionou muito. A resposta do público mostra bem e marca esse termômetro. Conseguimos aprofundar temas que estão bem alinhados com a dinâmica social do país e do mundo, o protagonismo das mulheres nas diversas áreas", disse Rita.

Diretora-geral da Maré Produções Culturais, produtora do evento, Fernanda Bezerra segue na mesma linha e avaliou muito positivamente a temporada, já antecipando que a ideia, daqui pra frente, é transformar o Mulher Com A Palavra num festival multicultural e com alcance em todo o Brasil.

Segundo Fernanda, a próxima temporada será lançada no final do primeiro semestre de 2022 e o projeto fechou parceria com o canal Futura para distribuição ao vivo em todo o país.