Agrishow: Feira se reafirma como maior vitrine de tecnologia agrícola da América do Sul

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  • Georgina Maynart

Publicado em 1 de maio de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

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Robusta, madura e de olho no futuro. Ao completar 26 edições, a Agrishow definitivamente chega à maturidade se exibindo como principal palco de tecnologia e inovação agrícola do país.

O visitante precisa circular com paciência, e disposição, para conseguir ver de perto todos os produtos demonstrados nos 800 stands espalhados pelos 550 mil metros quadrados do parque. Uma missão difícil de realizar em um só dia. Nas longas ruas, cheias de inovação e variedade, não tem quem não pare diante dos stands, em algum momento, para dar uma olhada mais atenta nos produtos.

Tem de tudo, e para todos os perfis de consumidores, do pequeno agricultor ao produtor rural de médio e grande porte. Desde os equipamentos úteis antes da porteira, como insumos, fertilizantes e adubos, às ferramentas utilizadas dentro e fora das fazendas, como equipamentos de segurança e silos para armazenagem de grãos.

“Vim em busca de alguns equipamentos, mas acabei olhando vários outros, e ainda não terminei minha pesquisa principal”, diz o produtor rural João Fonseca, que enfrentou seis horas de viagem para chegar a feira. Ele quer comprar colheitadeiras mais modernas para o cafezal que mantem no sul de Minas Gerais. Feira reúne mais de 800 expositores do Brasil e 83 representantes deoutros países. (Foto: Georgina Maynart) Entre os destaques da feira estão os equipamentos voltados para irrigação, com dispositivos que permitem monitorar o sistema pelo celular, e aplicativos de gestão integrada que permitem reduzir em até 30% o custo para o produtor rural.

Também estão sendo apresentadas novidades para o dia-a-dia das pessoas que vivem em áreas urbanas. São equipamentos como o Vsafe. Fabricado pela Veltec, ele identifica em tempo real a performance dos motoristas e reduz em até 88% o risco de acidentes de trânsito. O aparelho é composto por várias câmeras. Instaladas em partes diferentes do veículo, elas possuem programas que identificam situações de perigo como sonolência ou risco de colisão.

Para quem tem jardim, um dos destaques da feira é o robô inteligente cortador de grama Automower, fabricado pela Husqvarna. Depois de instaladas fios guias no chão, delimitando o espaço a ser percorrido, a máquina faz todo o trabalho sozinho. O diferencial em relação aos cortadores já existentes está na forma de recarregar a bateria. Grama sempre aparada: Robô cortador de grama tem autonomia para operar se autorecarregando. (Foto: Georgina Maynart) “É um equipamento autônomo para gramados de até 3.200 metros quadrados. Quando a bateria está baixa, ele volta sozinho para a estação de carga, se acopla, se auto recarrega, e volta a trabalhar automaticamente de novo. Tem capacidade de ficar cortando grama, aleatoriamente, vinte e quatros horas por dia, sete dias por semana”, explica Bruno Lisbão, engenheiro de produtos da Husqvarna no Brasil. O equipamento tem três versões, com valores que variam de cinco a dez mil reais.

Fabricante alemã anuncia chegada ao Brasil

As máquinas plantadeiras e colheitadeiras, com muita tecnologia embarcada, continuam sendo as grandes estrelas da Agrishow. Todos os fabricantes vieram com novidades.

O grupo New Holland do Brasil, uma das maiores fabricantes de máquinas de grande porte para o campo, apostou na conectividade, trazendo ferramentas como o portal de telemetria e o MyPLMConnect, sistemas que permitem a conexão das máquinas com outras plataformas de agricultura digital.

“As informações que estão na nuvem serão agregadas num só espaço e poderão ser analisadas para que o produtor possa se planejar e atuar com cada vez mais assertividade”, explica Marco Milan, especialista da New Holland Agriculture.

Já o grupo AGCO, detentor de marcas como Massey Fergusson e Valtra, anunciou a instalação da primeira fábrica da Fendt no Brasil. A fabricante, fundada no sul da Alemanha em 1930, detém cerca de 40% do mercado de maquinas da Europa central e ocidental. A unidade de montagem está sendo instalada em Sorriso, no Mato Grosso. O município é o maior produtor de soja do país.

“Consideramos o mercado do Brasil excelente. Os produtores brasileiros são fundamentais para o crescimento da demanda alimentar no mundo. E são agricultores que precisam de equipamentos, serviços e suporte. Estamos trazendo equipamentos que permitem acelerar o plantio e possuem mais eficiência”, afirma José Henrique Galli, Diretor de Negócios da Fendt na América Latina.

Nos últimos cinco anos, o grupo investiu mais de  R$150 milhões para inovar o portfólio das três plantas instaladas no Brasil. Durante a agrishow o grupo anunciou ainda que pretende fabricar vinte mil tratores até 2020. Um dos destaques são as novas versões das plantadeiras dobráveis da linha Momentum. Elas são imensas, mas como a própria identificação sugere, um dispositivo interno permite que o tamanho seja reduzido quando for conveniente para o agricultor. São máquinas que prometem alta potência, mais produtividade, e menor consumo de combustível. Colheitadeira Fendt Ideal é um dos destaques da fábrica que será instalada no Brasil. (Foto: divulgação) Cooperativas de crédito

Todos os bancos públicos e privados estão presentes na feira. Mas em um ano onde o crédito agrícola público continua escasso, as cooperativas de crédito estão marcando forte presença. Neste tipo de instituição financeira, os próprios associados da cooperativa se tornam donos do negócio.

Este é um segmento que tem crescido cerca de 15% ao ano no Brasil.

A direção do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), que é o mais antigo do país e já possui agências em 205 municípios, informou que pretende abrir pelo menos outras 200 agências ainda este ano.

“Nós estamos crescendo em lugares onde não há nenhuma outra instituição financeira. O dinheiro aplicado fica na própria comunidade. Não temos a pressão pelo lucro, por isso geralmente temos menores taxas de juros. Além disso oferecemos orientações sobre as melhores aplicações, e temos como prioridade a questão social, já que todos os cooperativados são donos”, afirma Manfred Dasenbrock, presidente nacional do Sicredi.

As pessoas físicas ainda representam 72% dos associados, mas o percentual agro cresceu nos últimos cinco anos e já chega a 16%. Entre os agricultores, os produtores rurais familiares representam cerca de 87%. Geralmente os cooperados utilizam os recursos para compra de equipamentos e máquinas, ou aumento dos armazéns. 

Durante a Agrishow, as instituições do segmento esperam captar cerca de R$ 800 milhões em propostas via linha de financiamento para crédito rural. A expectativa é converter pelo menos metade deste montante em negócios concretos depois da feira.

"A expectativa para a feira é alta e que houve preparo antecipado de alguns meses para esse evento. A meta é captar R$ 500 milhões em crédito rural e outros R$ 100 milhões em consórcios. A atual safra é a melhor do banco, com liberação de mais de R$ 8 bilhões até março", informa Raphael Santana, gerente de agronegócios do Bancoob, banco das cooperativas do Sicoob, que tem 450 cooperativas pelo país.

Ao todo as cooperativas de crédito no Brasil já estão presentes em 22 estados, somam 1.700 agências e gerenciam mais de 99,4 bilhões de reais.

Conexão

Mais de 93% das áras agrícolas do Brasil não possui conexão celular. Por isso a conectividade no campo tem sido um dos assuntos centrais da feira. Um grupo de empresas se uniu para criar o ConectarAgro, um conjunto de ações que pretende implantar um sistema integrado em mais de 5 milhões de hectares no Brasil.

Um projeto piloto já está em operação numa fazenda do Oeste da Bahia, como o CORREIO antecipou no mês passado. Na propriedade que fica no municipio de Correntina, mais de 20 máquinas estão conectadas. O serviço exige a instalação de torres de celular dentro da propriedade.  Empresas privadas criam projeto coletivo para expandir conexão no campo. (Foto: divulgação) O programa está sendo realizado atravês de uma parceria entre as empresas TIM, Climate FieldView, AGCO, CASE, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, e Trimble. A comunicação é considerada um fator crucial para o aumento da competitividade no cenário internacional.

"Nós começamos pensando nos agricultores e nas máquinas, que são os principais focos de nossos negócios. Mas sabemos que esta é uma ação também social. Este é o primeiro passo para concetar as propriedades rurais mais distantes do Brasil, Esperamos incentivar também a chegada de novos parceiros que possam aumentar também os serviços de infraestrutura ao redor destas propriedades", destaca Christian Gonzales, vice -presidente da Case Agrícola para América do Sul. 

Trator do ano Fabricado pela Jonh Deere, o 7200 J foi eleito o Trator do Ano 2019/2020. (Foto: Georgina Maynart) Um trator fabricado pela empresa Jonh Deere foi eleito o melhor do ano, na categoria geral, durante a Agrishow. O resultado foi anunciado pelos organizadores do Prêmio “Trator do Ano”, a mais tradicional premiação do segmento no Brasil.

O trator 7200J venceu a premiação depois de concorrer com outros 44 tratores, de 15 fabricantes. Os jurados avaliaram itens como designer, segurança, desempenho e eficiência em campo. Outras quatro máquinas foram premiadas em categorias específicas. Resultado final do Prêmio "Trator do Ano" foi divulgado durante a Agrishow. (Foto: divulgação) A expectativa é de que nesta quarta-feira a Agrishow receba um público recorde por causa do feriado do 1º de maio. Mais de 150 mil visitantes devem passar pelo parque durante os cinco dias do evento. Os organizadores esperam alcançar cerca de 3 bilhões de reais em negócios.