Ajoelhou, tem que rezar

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Hoje (4), dia de Iansã para uns e de Santa Bárbara para outros, começam as chamadas festas populares do Verão baiano, também conhecidas como Festas de Largos. É uma sequência festas onde o sagrado e o profano se entrecruzam de maneira absolutamente prazeirosa e que só se encerra no Carnaval.

Tem a Festa da Conceição da Praia, (padroeira da cidade do Salvador, bastante esvaziada) tem a Festa de Santa Luzia (quase acabando), a do Bonfim (a maior de todas), a do Rio Vermelho (a mais negra em todos os sentidos) e a de Itapuã (que anda meio balança mais não cai). Pelo caminho, ficaram as Festas da Pituba e da Ribeira, revelando o processo inexorável da dinâmica cultural.

Estas festas, poderíamos dizer sem medo de errar, são a “a cara da Bahia”. Não da Bahia elitista, conservadora e/ou puritana como os conservadores de plantão gostariam que fosse. Mas, a Bahia, popular, diversa, desafiadora, que tira leite de pedra, e que apesar das grandes dificuldades em que vive faz da festa o seu grande negócio, tanto do prazer quanto do sobreviver, deixando claro de que sisudez nunca foi sinônimo de seriedade.

Nestas festas de largo, a relação entre o sagrado e o profano é plena, sem que haja imposições radicais de parte a parte. Em que pese a maioria absoluta dos frequentadores dessas festas só quererem se divertir, paquerar e as vezes brigar como forma de extravasar as tensões do dia a dia, uma boa parte possui respeito pelo sagrado e reconhece o papel religioso que essas festas possuem, identificando no santo que é reverenciado ou na igreja que centraliza as celebrações, o respeito à tradição.

Não à toa convivem lado a lado a ordem, a solenidade, o decoro, a discrição, e a reverência, entre os religiosos e a informalidade, sensualidade, promiscuidade e a esculhambação, entre os que animam essas festas e lhe dão o caráter de popular. Enfim, “tudo isso, com certeza, só se vêna Bahia”

Toca a zabumba que a terra é nossa!

Zulu Araújo é presidente da Fundação Pedro Calmon

Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores