Amazônia no centro do debate sobre mudanças climáticas

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  • Divo Araújo

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 07:00

- Atualizado há um ano

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Às vésperas da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cúpula do Clima, eventos que acontecem a partir de amanhã em Nova York, as queimadas na Amazônia voltam atrair a atenção do mundo. E uma posição clara de que o Brasil está fazendo sua parte para preservar a floresta tropical continua a ser cobrada planeta afora.

Cobrança que parte de líderes políticos europeus, que ameaçam barrar o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Passa por empresários, que temem as consequências da questão ambiental para a economia do país. E foi ecoada por milhões de jovens que saíram às ruas de pelo menos 130 cidades do mundo, na sexta e ontem, para mandar um recado sobre o risco das mudanças climáticas aos adultos: “Se vocês estivessem fazendo seu trabalho, nós estaríamos na escola”. Milhares de manifestantes saíram às ruas de Nova York para pedir medidas contra as mudanças climáticas ( Foto: :Lucas Barioulet/AFP Photo) O Brasil, diante desse cenário, chega aos encontros em Nova York visto por relevante parcela da opinião pública mundial como uma nação que ameaça os esforços de combate ao aquecimento global e de preservação do planeta. Imagem que o presidente Jair Bolsonaro pretende combater durante o discurso que fará na abertura da Assembleia-Geral da ONU.

Bolsonaro deve aproveitar sua falar para dizer que o governo brasileiro não tolera crimes ambientais e sugerir que as queimadas acontecem todo ano, mas só agora, em seu governo, têm atraído a atenção internacional - o que indicaria má vontade de alguns líderes mundiais (o presidente francês, Emannuel Macron, com certeza, entre eles).

Durante a semana, após deixar o hospital, o presidente brasileiro admitiu que não terá vida fácil em Nova York. “Está na cara que eu vou ser cobrado, porque alguns países me atacam de forma bastante virulenta, (dizem) que eu sou responsável pelas queimadas no Brasil”, afirmou. “Nós sabemos (por) dados oficiais que queimada tem todo o ano, infelizmente, quer que eu faça o quê?”, questionou.

Após protagonizar embates públicos com a chanceler alemã, Angela Merkel, e especialmente com Macron, o brasileiro tem adotado uma postura mais moderada em relação à Amazônia. Numa transmissão ao vivo nas redes sociais, na quinta, Bolsonaro disse que não pretende “brigar com ninguém” na reunião dos líderes mundiais. Como medida concreta, prorrogou por mais 30 dias o decreto que permite o emprego das Forças Armadas no combate às queimadas.

Para convencer o mundo do compromisso do governo com a preservação da Amazônia, Bolsonaro vai precisar ir além de qualquer teoria conspiratória e a defesa da soberania sobre a floresta. Tampouco servirá acusar outros países de estarem interessados em utilizar a onda de queimadas para “desgastar a imagem do Brasil”. É o tipo de discurso que pode até mobilizar a militância no Brasil, mas terá efeito zero na visão do mundo sobre os esforços de preservação ambiental. Bolsonaro deve aproveitar seu discurso na ONU para fazer uma defesa da ação do governo na Amazônia  (Foto: Reprodução/Twitter) A insistência nesse discurso pode trazer mais prejuízos não só a imagem do país, mas também ao bolso do empresariado brasileiro. Esse temor levou um grupo de investidores internacionais que, juntos, controlam mais de 16 trilhões de dólares, a assinar um documento externando preocupação com as consequências que as queimadas podem trazer. O grupo dos signatários é composto por 230 instituições que aplicam recursos em diversos países. Na carta, eles pedem “ação urgente” para conter os “incêndios devastadores” na Amazônia.

As vozes da sensatez querem ser ouvidas

“A crise política de nossos tempos”, como definiu um deles, levou milhares de jovens a tomarem às ruas de centenas de cidades do mundo nesses últimos dois dias. Inspirados pela ambientalista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, eles se mostram determinados a fazer com que suas vozes sejam ouvidas pelos líderes mundiais. “Mostramos que estamos unidos e que somos imparáveis”, disse Greta. A adolescente sueca Greta Thunberg disse que os jovens não desistirão até serem ouvidos (Foto: Stephanie Keith/AFP) Ela tornou-se um símbolo da ação climática desde que começou a faltar às aulas, às sextas-feiras, para ficar em frente ao parlamento sueco pedindo às autoridades para reduzir as emissões de carbono e controlar o aquecimento global. O ato, inicialmente solitário, inspirou jovens de todo o mundo a aderirem ao movimento, que ficou conhecido como “Fridays For Future” - e culminou nas gigantescas manifestações dessa sexta e sábado.

Portadora da Síndrome de Asperger, uma forma de autismo, Greta Thunberg chegou em Nova York a bordo de um veleiro sustentável, após se recusar a voar devido às emissões de carbono causadas pelos aviões. O recado da jovem ativista para os políticos é simples: “Ouçam a ciência, ouçam os cientistas. Convidem eles para conversar. ” Diante da insensatez e suposições que envolvem os embates em torno do clima, a jovem ativista é um sopro de bom senso.

Futura santa

Novo túmulo de Irmã Dulce emociona os fiéis

A exposição do novo túmulo de Irmã Dulce, com direito a uma representação em tamanho real da freira baiana, emocionou os devotos que foram, na quarta-feira, a Capela das Relíquias, dentro do Templo da Bem-Aventurada, no Largo de Roma. O simulacro da futura santa é feito de terracota e está envolto por uma urna de vidro. Os restos mortais da religiosa ficam numa urna logo abaixo. FOTO DE Betto Jr. RÁPIDAS DA SEMANA

Regras eleitorais

A Câmara de Deputados aprovou, na quarta-feira, o projeto dos partidos com a reinclusão de parte dos trechos que afrouxam regras eleitorais. O texto passou na véspera pelo Senado, onde foi mudado. Entre os pontos que voltaram estão a autorização para usar recursos públicos para a construção de sede partidária e a contratação de advogados para defender filiados. O presidente Jair Bolsonaro está sendo pressionado por sua base a vetar o projeto, mas ele não se posicionou.

Liberdade Econômica

Já a Lei de Liberdade Econômica foi sancionada na sexta-feira pela presidente Bolsonaro. Entre as principais mudanças, está o artigo que flexibiliza regras trabalhistas, como dispensa de registro de ponto para empresas com até 20 empregados, e elimina alvarás para atividades consideradas de baixo risco, como bares e startups. O texto também separa o patrimônio dos sócios de empresas das dívidas de uma pessoa jurídica e proíbe que bens de empresas de um mesmo grupo sejam usados para quitar débitos de uma empresa. O Ministério da Economia estima que a lei poderá criar 3,7 milhões de empregos em 10 anos

Pacote anticrime

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o pacote anticrime proposto pelos ministros Sergio Moro, da Justiça, e Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), aprovou a inclusão no texto de emenda que cria o juiz de garantias no Brasil. Segundo a regra, o magistrado que conduzir a operação, ordenando operações de busca e apreensão, condução coercitiva e quebra de sigilo bancário, não poderá mais julgar o caso.

Baiana leva prêmio da ONU

Aos 21 anos, a biotecnologista baiana Anna Luísa Beserra foi a primeira brasileira a vencer o Prêmio Jovens Campeões da Terra da Organização das Nações Unidas (ONU). Para obter este feito, ela criou o Aqualuz – um dispositivo que purifica a água. O objetivo é levar água potável para quem não tem acesso. Para tanto, o equipamento capta água da chuva e transforma em potável através de raios solares. Ela vai receber US$ 15 mil para desenvolver o equipamento e mais US$ 9 mil para publicidade. (Foto: Marina Silva/CORREIO)