Americano de 28 anos sofre AVC após estalar o pescoço

Ele agora se recupera e convive com sequelas deixadas pelo episódio

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  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2019 às 22:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O americano Josh Hader, 28 anos, ficou com a vida em risco de uma maneira inesperada. Com dores no pescoço por duas semanas, ele costumava fazer alongamento e ao rolar o pescoço para a direita ouviu um estalo, comum nesses casos, Mas no caso de Hader esse foi o princípio de um acidente vascular cerebral (AVC). “Usei minha mão para aplicar um pouco mais de pressão e ouvi um ‘pop’. Então tudo do meu lado esquerdo começou a ficar dormente”, relembrou ele à rede americana NBC.

Diante dos sintomas, Hader desconfiou de que realmente estava sofrendo um AVC. Ele foi até o espelho analisar o rosto para ver se tinha sinais que indicassem o problema, como a boca torta por conta da perda da força muscular, mas não viu nada. Resolveu então buscar gelo para colocar no pescoço, achando que se tratava apenas de um incômodo na região. Mas aí notou outra coisa estranha:  “Enquanto eu ia para a cozinha, eu percebi que estava andando em um ângulo de cerca de 45 graus. Eu não conseguia andar em linha reta. Estava quase andando totalmente para a esquerda”, diz.

Hader chamou a esposa e foi para uma emergência. Menos de uma hora depois do estalo, ele já não conseguia andar e foi colocado em uma cadeira de rodas. Depois de uma tomografia, os médicos revelaram que ele de fato tinha sofrido um ABC. Segundo Vance McCollom, médico que atendeu Hader, o paciente lesionou uma das principais artérias vertebrais do pescoço, que leva sangue direto para o cérebro. A disssecção causa AVC mesmo em pessoas jovens e segundo o médico o alongamento foi o que causou o incidente isquêmico.

"Não tem nada a ver com a saúde da pessoa. Embora seja raro, o rompimento de artérias do pescoço causado por alongamento não é algo inédito”, comentou Kazuma Nakagawa, do Queen’s Medical Center, ao The Washington Post. 

Com o diagnóstico, Hader recebeu uma medicação que dissolve coágulos sanguíneos. Depois, foi transferido para outro hospital e ficou quatro dias na UTI. Agora, Hader se recupera bem e não teve perdas na fala ou sua capacidade cognitiva. Com ajuda da fisioterapia, já fica em pé e caminha. Ele ainda tem problemas de visão e no equilíbrio, além da dificuldade para controlar o braço esquerdo e também comprometimento da sensibilidade no lado direito do corpo. “Eles (AVC’s isquêmicos) são realmente muito mortais. As artérias vertebrais no pescoço fornecem sangue ao tronco cerebral, que é o coração e a alma do cérebro. Sem isso, o cérebro simplesmente não funciona”, conta Nakagawa. 

O especialista diz que não dá para saber porque algumas pessoas rompem artérias com movimentos como o estalar do pescoço de Hader. Acredita-se que tenha ligação com a integridade da parede dos vasos, que é diferente entre as pessoas. “Normalmente, 99,9% do tempo você estala o pescoço e fica tudo bem”, finaliza Nakagawa.

Hader, depois do episódio, tenta abandonar o hábito. “A meio caminho de alongar meu pescoço, eu digo: ‘Não, não. Não faça isso'”, conta.