Amor e proteção: 'Cães babá' cuidam de crianças, retribuem carinho e quebram preconceitos

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  • Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Toddy e Maria não se desgrudam (Foto: Reprodução) O preconceito com cães de grande porte existe e é chato feito o cabrunco. É comum encontrar gente que torce o nariz quando se depara com Pit Bulls, Pastores Alemães e até Golden Retrievers, que são grandalhões mas, como qualquer cachorro, podem ser extremamente dóceis.

Hoje o Cãogaceiro apresenta três cães, quatro crianças e muito, mas muito amor envolvido. O casal de “irmãos” Toddy e Maria, o trio parada dura Scott, Dan e Rafinha e a dupla dinâmica Laura Sophia e Savana não servem apenas para enfeitar o Instagram com fotos fofas.

Mesmo sem saber, eles quebram preconceitos, incentivam o cuidado aos animais e desencorajam o abandono. Criados juntos desde bem novinhos com os mini-humanos, esses três cabras aí são, além de companheiros, altamente protetores com seus irmãos. Quando necessário, são até babás. A fofura de Toddy e Maria encanta os seguidores (Foto: Reprodução / Instagram) Toddy e Maria (Instagram: @toddyogolden) O sonho de ter um filho existia desde que Erasmo e Ana Carolina Belucci fizeram dois anos de casados. Sem conseguir engravidar, optaram por ter um Golden Retriever. Toddy chegou no final de fevereiro. Em maio, Carol descobriu que estava grávida.“Só que eu perdi essa primeira gravidez. Uma perda muito dolorosa. E aí Toddy, sempre junto, já foi um suporte, né?”, lembra ela.Um ano e dois meses depois, assim que a médica liberou, Carol engravidou de Maria. Só que, antes mesmo da menina nascer, começaram a surgir os primeiros comentários maldosos.

Foi na gravidez que o Instagram do cachorro, hoje com mais de 38 mil seguidores, foi ficando conhecido. “Eu colocava foto montando o berço e Toddy tava junto, pintando o quarto e Toddy junto. Ele frequentava o quartinho do bebê sem problemas”. Maria nasceu e, no primeiro dia que chegou à sua casa, foi apresentada ao irmão Toddy. Não deu outra: amor à primeira vista. “O povo começou: ‘Vai fazer o que com esse cachorro deste tamanho quando a criança nascer?’; ‘Olha, não fique perto do cachorro porque passa doença’. Coisas do tipo. Para algumas pessoas eu até dava resposta, mas, com outras, entrava por um ouvido e saía pelo outro”, conta Carol. “Até proposta de adoção de Toddy eu recebi”, lembra. "Eu tinha mais cuidado com pessoas do que com ele. Quem quisesse pegar na Maria, tinha que passar álcool na mão. O Toddy podia lamber o pé, a mão”, lembra Carol.Quando a menina pôde ir para o chão, a relação dos dois se fortaleceu. Toddy sempre demonstrou muito cuidado para não derrubar a irmã ou não machucar a menina com o seu tamanho. Maria e Toddy dividem até a cama de vez em quando (Foto: Reprodução) O sentimento de proteção foi crescendo. “Quando Maria sai de perto da gente, percebemos que ele fica logo preocupado”, revela a mãe. Segundo ela, Toddy está sempre muito atento a tudo que se aproxima da criança. “Quando um outro cachorro mordeu ela, ele foi pra cima para tentar defender, mas não deu tempo”.

Hoje, Toddy, que tem 5 anos, participa até dos aniversários de Maria, que tem 3. Juntos, eles formam o casal de irmãos mais adorado do universo Pet. Scott é um Pastor Alemão e tem dois irmãos humanos (Foto: Reprodução) Scott, Dan e Rafinha (Instagram: @scott__dan) Se com um Golden os tutores ouviam comentários ignorantes, imagine com um Pastor Alemão? Como acontece com parte dos casais, os empresários Sofia Barbosa e Daniel Rosa optaram por ter um cachorro antes de ter um bebê. Aliás, Sofia só descobriu que estava grávida de Danielzinho porque Scott avisou. Isso mesmo.“Ele passou a me seguir o dia todo. Não deixava ninguém encostar em mim, nem meu marido. Dormia em cima da minha barriga e eu comecei a achar estranho. Pesquisei esse comportamento na internet e fiz o teste de gravidez. Já estava no quarto mês”, conta Sofia.Depois da notícia, os comentários começaram. “Aí muita gente sugeriu que a gente doasse Scott”, lembra a mãe.

Quando Danielzinho nasceu, os pais levaram um susto logo no segundo dia. “A gente vacilou. Quando a gente viu, Scott estava lambendo o rosto do menino. Danielzinho ficou todo empolado”, lembra Sofia, rindo da situação. Scott cuida dos meninos desde que nasceram (Foto: Reprodução) Depois, o menino se acostumou. “Na segunda vez que ele lambeu, Danielzinho já não apresentou nenhuma reação alérgica. Acontece muito isso. Os pais evitam esse contato e a criança desenvolve um problema alérgico mais tarde”, alerta.

Desde sempre, a relação de Scott com Danielzinho é muito forte. Rafinha veio em seguida e o trio está cada vez mais unido. “Se alguém se aproximar deles de uma forma suspeita, Scott alerta na hora. Se nós, os pais, formos dar umas palmadas neles, Scott não deixa. Até se a gente for acordar os meninos, Scott não deixa”, brinca Sofia. 

Ainda assim, o preconceito está sempre presente.“Uma vez um amigo do meu marido chegou aqui e disse: ‘ah, mas você deixa esse cachorro sujo aqui?’. Aí ele respondeu: ‘Sujo tá você, que veio da rua’. Scott é muito limpo!”.Hoje, Danielzinho tem 5 anos, Rafinha tem 3 e Scott tem 7. As histórias desses três são tão divertidas e emocionantes que a mamãe Sofia escreve muitas delas. Futuramente, pretende até lançar um livro. Laurinha e Savana são apaixonadas uma pela outra (Foto: Reprodução) Laurinha e Savana (Instagram: @nosso_mundo10) Quando a Pit Bull Savana chegou, Laurinha já tinha 3 anos. “Foi a maior alegria! Savana é muito dócil, carinhosa e protetora”, avisa logo o auxiliar de cozinha Deivide de Jesus Silva, pai das duas. Quando passeiam juntos, conta Deivide, Savana quer ir sempre ao lado de Laura e olha ao redor o tempo todo.

O carinho e a proteção são recíprocos. Laura chama Savana de ‘minha irmãzinha’.“Quando minha filha acorda de manhã, a primeira coisa que ela faz é nos dar bom dia. A segunda é ir dar bom dia e abraçar a irmãzinha. Esse amor entre criança e animal é muito puro”, acredita.No caso de uma Pit Bull que cresce junto com a criança, o preconceito é ainda maior.

“Muitos perguntam: ‘vocês são malucos? Como deixar uma criança com um animal desse?’. Muitas vezes respondemos: ‘confiamos mais nela do que em qualquer ser humano, o amor do animal é puro e quando ele recebe amor de volta não há porque atacar o seu dono’.

As duas não se desgrudam. Laurinha tem 4 anos e 10 meses e Savana tem 1 ano e 8 meses. As irmãs sempre saem juntas (Foto: Reprodução) 5 dicas de como apresentar seu cão a uma criança:Tenha paciência  Apresente o cão à criança de forma gradativa, nunca fazer uma aproximação brusca. Tudo que apresentamos aos cães não fazem parte do seu repertório natural e ele precisa de um tempo para se adaptar. Deve-se fazer a socialização e ambientação dos cães de forma positiva.    Supervisione  Por mais dócil que seja seu cão, ele pode não gostar de receber um puxão no pelo, no rabo ou na pata. Embora a criança não faça isso para machucar o animal, pode incomodá-lo e ele pode reagir. Sendo assim, a interação deve ser sempre supervisionada por algum adulto.    Vá com calma  A apresentação da criança ao cachorro deve ser feita de forma controlada, positiva e gradual. Por isso, a preferência é que seja inicialmente com uma criança, depois duas e, quando o cão estiver confortável, três em diante. Quanto maior o número de crianças, maior a distração, o barulho e as chances de um  possível estresse.   Cão não é brinquedo  Nunca dê um cão de presente para uma criança. O cachorro é responsabilidade do adulto. Antes de pegar um animal para criar, verifique se tem tempo, dinheiro e disponibilidade para cuidar, levar ao veterinário, etc.   Petiscos  Tenha sempre alguns petiscos à mão para oferecer ao seu cachorro toda vez que ele se aproximar da criança. Isso fará com que o cão associe a presença da criança a algo muito positivo, o que facilitará a socialização entre os dois.  * Orientações dadas pelo adestrador Rafael Ramos