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Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 14:06
- Atualizado há 2 anos
Um homem foi morto pela Polícia Militar na manhã desta terça-feira (1º), durante rondas após um episódio de violência e ameaça à imprensa em Águas Claras. Segundo a PM, equipes da Rondesp Central foram recebidas a tiro por um grupo armado na Rua Santa Tereza. A polícia foi até o local depois que um bando armado atirou para cima para expulsar jornalistas que cobriam um crime no local. Um cinegrafista da Band foi agredido a coronhadas e teve equipamento danificado.>
No local, a PM apreendeu uma pistola com cinco munições e um carregador, além de 180 porções de crack e cocaína. Os PMs foram acionados por conta de relatos de disparo de arma de fogo - só depois souberam que se tratava de um caso envolvendo a imprensa. Ao chegar lá, encontraram o grupo armado traficando drogas, segundo a corporação. Os criminosos atiraram ao notar a aproximação dos policiais, que reagiram. Um dos suspeitos foi baleado e o restante conseguiu fugir.>
O baleado foi socorrido para o Hospital Eládio Lasserre, onde foi constatado o óbito. Não há confirmação sobre se o suspeito de tráfico estava envolvido no episódio de ameaça aos jornalistas. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar.>
“Posteriormente fomos informados que duas equipes de jornalistas de diferentes emissoras foram agredidas. Continuamos no local para achar os criminosos, junto com as guarnições da 3ªCIPM/Águas Claras e da Patamo (Batalhão de Choque)”, afirma o subcomandante do Comando do Policiamento Regional da Capital (CPRC/Central), tenente-coronel Wellington Morais dos Santos.>
Ameaça a jornalistas Criminosos armados ameaçaram equipes de reportagem das TVs Aratu e Band em Águas Claras, Salvador, na manhã desta terça-feira (1º). Os jornalistas estavam no local para reportar sobre um homicídio que aconteceu na Rua Santa Tereza.>
Os homens armados atiraram para cima ao lado das equipes para intimidar os jornalistas. O cinegrafista da Band levou coronhadas e teve a câmera danificada. Um dos moradores chegou a pedir que um bandido, identificado como Jhon, não atirasse nas equipes.>
O jornalista Fábio Gomes, da Aratu, reportou ao vivo o que aconteceu. "Ainda nervoso. A gente estava fazendo a matéria e de repente vieram disparos de arma de fogo em nossa direção, corremos e acabamos deixando nosso equipamento, que ficou dentro da casa", contou a ele o colega Toni Junior, da Band. "A gente tá literalmente cercado aqui por eles, achamos melhor manter ao vivo", acrescentou Fábio. "A gente não sabe, a qualquer momento podem sair ainda armados e vir na nossa direção".>
O repórter ainda disse que as pistolas dos bandidos chegaram a falhar na hora dos disparos. "Poderia ter acontecido coisa pior". No momento do fato, a equipe da Band estava dentro da casa onde ocorreu o crime e a da Aratu estava na rua. "Xingaram muito, 'não quero vocês aqui'. Pelo menos cada um disparou cinco tiros para cima, obviamente no intuito de tirar a gente da rua. A intenção não era matar, porque se tivesse essa intenção tinham feito com muita facilidade", explicou Fábio.>
Em nota, a Associação Bahia de Imprensa (ABI) prestou solidariedade aos colegas e emissoras ameaçados. "Somente quem não aceita as leis e regras de convivência numa sociedade civilizada e democrática, recusa e agride o jornalismo. A resposta a qualquer agressão ao livre exercício da nossa atividade profissional não pode ser outra, senão, mais jornalismo", diz o texto, que afirma que a melhor resposta é a "ampla e qualificada cobertura dos fatos". E finaliza: "A ABI estará sempre ao lado de quem defende a vida".>