Após dois meses de bate-papo, casal troca alianças no 1º encontro em Salvador

Empresária de Feira e pescador do Tocantins se casaram ainda no aeroporto

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  • Gil Santos

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 22:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr/ CORREIO

Tudo começou com uma solicitação de amizade no Facebook e terminou com um 'match' para a eternidade apenas dois meses depois. Para muita gente pode até parecer rápido demais, como dois cliques num mouse, mas os dois pombinhos garantem que foi o tempo ideal.

A empresária baiana Elisabeth Ataíde, 56 anos, e o pescador Nilton Santos, 57, morador de Palmas (TO), se encontraram, pela primeira vez, e já se casaram nesta quinta-feira (30), no auditório do Aeroporto Internacional de Salvador, deixando algumas pessoas surpresas.

Antes do encontro, não tinha como disfarçar: Elisabeth estava uma pilha de nervos no portão de desembarque. Enquanto a neta segurava o buquê de flores brancas, ela, vestida de vermelho, aguardava pelo futuro marido.

A impaciência se traduzia na perna que não parava quieta e nos dedos ágeis que digitava mensagens no celular freneticamente. “Seguraram ele lá dentro (na aeronave). Não é possível essa demora”, repetia. Elisabeth aguarda ansiosa pela chegada do noivo (Foto: Betto Jr/ CORREIO) A presença da imprensa e de pessoas vestidas como se fossem para um casamento, e de fato elas iriam, provocou um pequeno tumulto no setor de desembarque. “Está vindo alguém famoso? O que está acontecendo?”, perguntaram alguns curiosos.

E então, por volta das 19h, o noivo Nilton Santos, ágil como o célebre lateral-esquerdo da Seleção, surgiu. Antes que ele pudesse marcá-la, Elisabeth se escondeu atrás de uma parede e, numa jogada surpresa, apareceu do nada quando o amado se aproximou.

O abraço e os beijos foram instantâneos, e as palmas do público que lotava o saguão animou ainda mais o casal. Depois de matar a saudade do que ainda não haviam vivido, eles seguiram, sempre de mãos dadas, até o auditório que fica no piso superior e onde aconteceu a cerimônia. Os dois se conheceram em novembro de 2019, pela internet (Foto: Betto Jr/ CORREIO) Os dois já haviam decidido acabar com a distância entre Feira de Santana e Palmas há algumas semanas. Eles conversaram pela primeira vez em novembro do ano passado. Foi ela quem mandou o convite pelo Facebook, e logo houve uma identificação.

Os dois já tiveram casamentos anteriores. Ela tem três filhos do outro relacionamento e ele tem dois. Ambos são evangélicos e estavam procurando por um amor. O pedido de casamento foi dele, e aconteceu em dezembro.

“Eu já estava pensando em mudar de cidade porque não tenho mais família no Tocantins. Meus filhos moram em Foz do Iguaçu, no Paraná, e eu sou natural de São Paulo. Pensei em vir para a Bahia, porque minha família morou aqui quando eu tinha 5 anos, mas uns amigos que moram no Pará me chamaram. Se não tivesse conhecido ela, teria ido. Ela é uma pessoa maravilhosa e tem o que eu estava buscando, qualidade. Então, não vi por que esperar para fazer o pedido. Sou evangélico e gosto de fazer as coisas certas”, contou Nilton. Casal sobre a escada rolantes de mãos dadas, seguidos pelos convidados (Foto: Betto Jr/ CORREIO) Elisabeth disse que o pedido pegou ela de surpresa, mas que gostou. Agora, se engana quem pensa que foi fácil assim. A baiana entrou em contato com a polícia e contratou um advogado para investigar a vida de Nilton. O objetivo era saber se ele tinha passagens policiais, se respondia por algum tipo de irregularidade jurídica e até como era a relação dele com os vizinhos.

“Foi uma investigação mesmo. Hoje, com esses relacionamentos virtuais, é importante ter esse tipo de segurança. Transparência é muito importante. Esse é o conselho que eu dou para quem está conhecendo alguém pela internet, investigue antes de se relacionar. Você precisa saber com que tipo de pessoa você está se relacionando”, contou a noiva. Apósloto celebrou a cerimônia e neta foi dama de honra (Foto: Betto Jr/ CORREIO) A pastora Anete Meire de Araújo, 63, é amiga de Elisabeth e disse que a sensação foi de surpresa quando os amigos souberam do casamento. “Mas estamos torcendo por ela. A felicidade é o que importa, que as pessoas vivam juntas e felizes. Foi inusitado, é verdade. Essa foi a primeira vez que assisti a um casamento no aeroporto”, contou. Elisabeth lança o buquê para as amigas (Foto: Betto Jr/ CORREIO) O vestido vermelho foi um pedido do noivo, e até a sandália foi da mesma cor. Ela deu os últimos ajustes na decoração do auditório e pediu para o apóstolo que celebrou o casamento apressar a cerimônia. “Quero casar logo”, disse, arrancando uma gargalhada dos amigos e familiares que assistiam.

Teve troca de alianças, votos e mulher agarrando o buquê, mas foi apenas uma ação formal. O casamento na igreja acontecerá no sábado, em Feira de Santana. Nilton veio de mala, não volta mais para o Tocantins. E os dois garantiram, “amor é pra sempre”.