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Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2019 às 19:58
- Atualizado há 2 anos
A permissão para a entrada de baleiros nos ônibus urbanos de Salvador segue sem definição. Enquanto não há uma decisão definitiva entre as partes, os vendedores de balas poderão continuar subindo nos coletivos e comercializando seus produtos.>
Uma reunião realizada na manhã desta segunda-feira (8), entre a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), o Sindicato dos Rodoviários e a Associação dos Baleiros (Unibal), até apontou para um entendimento entre as partes. Os rodoviários haviam concordado com a entrada dos baleiros nos ônibus, desde que estivessem credenciados, com colete e crachá. No entanto, a Associação das Empresas de Transportes de Salvador (Integra) emitiu uma nota afirmando não concordar com a liberação.>
Em nota, as empresas informaram que um acordo feito ainda na gestão do ex-prefeito João Henrique (2005-2013) decretou que os baleiros poderiam comercializar seus produtos no ônibus desde que fossem licenciados, utilizando guia, colete, crachá e boné padronizados. De acordo com a Integra, no entanto, a regulamentação não foi realizada e, com o passar do tempo, outros ambulantes entravam no ônibus para vender produtos. >
"Hoje estamos diante de uma situação insustentável. Todos os ambulantes se acham no direito de entrar nos ônibus para vender os seus produtos - adultos ou menores. Os motoristas, cobradores, ficam impedidos de agir em função das ameaças de agressões físicas e vandalismos nos veículos", afirmou o documento emitido pela Integra.>
A Semob informou que continuará mediando as reuniões entre as partes para “que seja reavaliado o acesso ao transporte público dos baleiros credenciados”. Já os rodoviários disseram que a posição deles "nada tem a ver com a posição dos empresários e que, agora, lutam pela regulamentação dos baleiros". “Vamos ver o que vai dar agora que a Integra se posicionou”, disse o vice-presidente do sindicato, Fábio Primo.>
Realocação A nota da Integra ainda sugere que a comercialização seja transferida de dentro dos veículos para os terminais de ônibus.>
"Consideramos que os veículos não podem se transformar em ambiente de comercialização, os passageiros precisam de tranquilidade para seu deslocamento pela cidade e os rodoviários não podem passar por este constrangimento", afirmou o documento.>
O consórcio comparou ainda a rotina dos ônibus com a do metrô, onde não há esse tipo de comércio. "Lembramos que o Metrô não permite comercialização nos seus veículos. Diante do exposto não concordamos com sua sugestão (do secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota) e sugerimos que a comercialização seja realizada nos terminais", disse o presidente da Integra, José Augusto Evangelista de Souza.>
Ao tomar conhecimento do posicionamento da Integra, o presidente da Unibal, Gilson Rodrigues, criticou o consórcio. Para ele, as empresas falharam em não permanecer orientando os operadores, desde o acordo com o ex-prefeito João Henrique, a apenas deixar que os baleiros credenciados entrassem nos ônibus. “Quem descumpriu o acordo foram os empresários de transportes, que não permaneceram orientando a apenas autorizar o acesso com colete e crachá. Se continuasse, não teria nada disso. Houve quebra de acordo por parte dos empresários”, afirmou Gilson Rodrigues.O presidente da Unibal também defendeu que a manutenção dos baleiros no terminal seria insustentável. Disse ainda que "muitos vendedores que já trabalhavam nos locais saíram, justamente por não dar lucro". Por enquanto, os baleiros e vendedores ambulantes seguem subindo nos ônibus. Novas reuniões serão realizadas nos próximos dias entre as categorias, mas nenhuma data foi definida.>
Relembre o caso O impasse entre as categorias se acirrou quando um motorista de ônibus foi esfaqueado dentro de um coletivo na tarde da última quinta-feira (4), no bairro da Caixa D’Água. O autor, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários, foi um baleiro que entrou no veículo na região do Acesso Norte. Os rodoviários chegaram a proibir que os vendedores subissem nos ônibus e queriam tornar a decisão definitiva. >
De acordo com a Polícia Militar, o caso ocorreu por volta das 16h, na Rua Saldanha Marinho, em Caixa D’Água. O motorista foi socorrido para o Hospital da Cidade e liberado. O autor do crime não foi identificado. Nenhum boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado, o que impossibilita que o ataque seja investigado pela Polícia Civil.>