Após reunião, professores da rede municipal de Salvador decidem pelo estado de greve

De acordo com APLB, a decisão é pela manutenção das aulas remotas até imunização completa contra covid-19. Sindicato fará ato na segunda (17)  

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  • Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2021 às 23:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/Correio

Após reunião ampliada realizada pela APLB Sindicato, na tarde desta quinta-feira (13), os trabalhadores de educação decidiram, com maioria dos votos (92,8%), pelo estado de greve, e pela continuidade das aulas remotas e pelo retorno das atividade presenciais somente após a imunização completa, com aplicação das 1ª e 2ª doses da vacina, em Salvador. A reunião aconteceu virtualmente.   O coordenador geral da entidade, Rui Oliveira, diz que a decisão conta com apoio de profissionais de educação de quase todos os 417 municípios. “Foi uma reunião extremamente proveitosa que mostrou que estamos unidos por um pleito que não é corporativista, é um pleito pela vida das famílias dos estudantes e de todos os envolvidos no processo educacional. Expressamos nossa solidariedade aos trabalhadores da rede privada e nosso apoio aos profissionais do Reda que estão sendo pressionados a retomarem as aulas presenciais. Repudiamos enfaticamente, também, o assédio moral que pais e mães de alunos da rede municipal têm sofrido para levarem seus filhos às escolas”, afirmou o coordenador-geral.   Na assembleia, profissionais da educação comentaram denúncias de que pais e mães estão sendo pressionados a levarem seus filhos às escolas, caso contrário, terão suspensos benefícios como vagas em creches, bolsa-família e cestas básicas. “São denúncias graves e precisam ser apuradas, por isso entramos com uma representação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) cobrando”, informou.   O sindicato também criticou um ofício enviado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) às Gerências Regionais de Educação. “Não aceitaremos esta imposição e a sobreposição da SMED ao regime de trabalho dos servidores públicos municipais. Não é possível que a secretaria, por um ofício, mude a Lei e se sobreponha ao arcabouço jurídico que garante nossos direitos trabalhistas. É um desrespeito com todos nós, que não paramos de trabalhar em nenhum momento no formato remoto, sem sequer condições dignas de trabalho”, criticou Rui Oliveira.   A categoria afirma que há insegurança sanitária em Salvador. “Estamos presenciando o atraso no esquema vacinal de milhares de pessoas. Hoje, a própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que 60 mil pessoas podem perder o prazo de imunização caso novas doses Coronavac não cheguem nos próximos dias. Não há nenhuma segurança sanitária na cidade, não há previsão de 2ª dose para os educadores, tampouco as unidades apresentam infraestrutura adequada para aulas presenciais”, disse o coordenador.   Ainda na reunião, a entidade informou ter conhecimento de diversos casos de trabalhadores contaminados após a reabertura de algumas unidades escolares. “Temos informações de que as poucas escolas que abriram já tiveram casos de contaminação. Diariamente, recebemos notícias de colegas que foram internados mesmo depois da aplicação da 1ª dose da vacina. Não podemos arriscar nossas vidas e a de centenas de famílias, expondo todos a um vírus que segue mais nocivo e com alto índice de transmissão. Importante ressaltar que não paramos de trabalhar em nenhum momento desde março de 2020″, finalizou Rui Oliveira.   Ainda na reunião, a categoria decidiu pela realização de uma carreata na segunda-feira (17), a partir das 10 horas, com saída do Vale do Canela até a SMED, localizada na Garibaldi e agendou nova reunião ampliada para a quinta-feira (20). De acordo com a APLB, a SMED, ao invés de penalizar trabalhadores da educação, deveria proporcionar melhores condições de trabalho para as atividades remotas.