Apreensão do celular de Bolsonaro pode gerar 'consequências imprevisíveis', diz Heleno

Comunicado de general-ministro gerou reações na oposição, com acusações de ameaça de golpe

Publicado em 22 de maio de 2020 às 16:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta sexta-feira (22), que considera “inconcebível” o pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmando ainda que essa medida pode gerar "consequências imprevisíveis". A nota foi divulgada no Twitter do general. 

"O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", diz trecho do comunicado. 

Leia a nota na íntegra: Foto: Reprodução/Twitter Pedido de Celso de Mello A reação de Heleno veio após o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviar à Procuradoria Geral da República (PGR) três notícias-crimes apresentadas por partidos e parlamentares em relação à investigação sobre se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal. 

Entre as medidas encaminhadas pelo decano estão o pedido de depoimento do presidente e a busca e apreensão do celular dele e o do filho, Carlos Bolsonaro, para perícia.

O ministro destaca que é dever do Estado apurar autoria e materialidade dos fatos delituosos narrados "por qualquer pessoa do povo". 

Os pedidos chegaram ao STF logo após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro deixar o governo afirmando que o presidente tentou interferir na PF e que Bolsonaro buscou informações de investigações em andamento na Corte.

Esse tipo de ação geralmente é enviada pelo STF para manifestação da PGR, que deve propor as investigações em relação ao presidente da República. Mello é relator de um inquérito que foi proposto pelo procurador-geral, Augusto Aras, sobre as denúncias de Moro.

Em outros pedidos feitos no mesmo inquérito, Aras já defendeu que a competência para essa linha de investigação é do MPF.

Celso de Mello enviou os casos para que a PGR analise, afirmando que cabe ao órgão. Augusto Aras não tem prazo para se manifestar.

Reações à nota de Heleno O comunicado gerou reações imediatas na classe política, muitas delas apontando uma possível ameaça de golpe de estado por parte do general.

Confira alguns dos principais comentários.