Apresentado no Vitória, Barroca acredita em recuperação e cobra intensidade

Novo treinador também falou sobre trabalho com a base e legado de Bruno Pivetti; veja os destaques da entrevista

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Harfush
  • Vinicius Harfush

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 13:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação / EC Vitória

Eduardo Barroca foi oficialmente apresentado como novo treinador do Vitória. O técnico de 38 anos chegou na madrugada desta quinta-feira (8) a Salvador e já comandou uma atividade com os jogadores na Toca do Leão no início da manhã. 

Em entrevista coletiva sem a presença dos repórteres, por causa dos protocolos de segurança, Barroca respondeu às perguntas enviadas pela imprensa, nas quais destacou seus pontos fortes para o comando do Vitória e o legado deixado pelo ex-treinador Bruno Pivetti.  

“É um prazer muito grande ter essa oportunidade de dirigir o Esporte Clube Vitória, um grande orgulho retornar a Salvador. Mas antes de responder as perguntas eu queria aproveitar esse momento para falar que estou sucedendo um profissional que respeito muito e tenho uma relação pessoal de amizade. É evidente que vou iniciar o meu trabalho aproveitando tudo de bom que Bruno deixou de legado no clube”, explicou o novo técnico, que já foi auxiliar e treinador interino do Bahia entre 2011 e 2013.

A estreia pelo Vitória será contra o Avaí, sábado (10), no Barradão. “Vamos precisar fazer um campeonato de recuperação se tratando de pontuação, diante da nossa classificação atual”, avaliou Barroca, que definiu como seu primeiro desafio obter os resultados a curto prazo.

“Eu não posso pensar em nada diferente disso, então é tentar tomar decisões, fazer escolhas e cobrar para que a gente consiga ter o mais rápido possível os resultados que nos aproximam da zona que nos interessa”, completou.

Sobre a filosofia de trabalho, o comandante afirmou que vai cobrar coragem e agressividade do elenco dentro de campo, características que teriam sido observadas por ele nas vezes em que enfrentou o Leão. 

A chegada de Barroca no Vitória é um bom horizonte para os garotos da base. Com uma boa experiência nas divisões de formação, o novo treinador destacou que não deixará de dar oportunidades para os atletas com potencial e afirmou que o trabalho do sub-20 será “o mais próximo possível”.  

Veja outros destaques da entrevista de Eduardo Barroca: 

Como será o trabalho?

"Eu entendo que um treinador tem uma missão de fazer com que a equipe jogue com coragem, que o torcedor tenha orgulho de assistir a sua equipe jogar. Eu conheço o tamanho da torcida do Vitória e o nível de exigência. Então a torcida pode ter certeza que vou ser um elemento que vai cobrar muito - já conversei sobre a cobrança interna com os jogadores - para que possamos atender as expectativas, conseguir os resultados com um bom futebol, de boa qualidade, e o principal, que é o acesso à Série A". 

Principal desafio

"A gente realmente vai precisar fazer um campeonato de recuperação porque já está em andamento e temos que tirar, no mínimo, cinco pontos que temos de diferença para o primeiro time que está na zona de classificação. Vamos trabalhar com sentimento de urgência nesse primeiro momento para que a gente consiga o mais rápido possível trabalhar para se aproximar dessa zona".

Cobrança e intensidade

"Com relação a intensidade de jogo, a minha forma de trabalhar é muito clara. Sou treinador que tem como principal filosofia de trabalho a coragem, e é algo que não abro mão, e que na minha visão se identifica muito com o Vitória. Já enfrentei o Vitória muitas vezes com diversos clubes e sempre vi isso nas equipes do Vitória. Equipes corajosas e agressivas, que jogam sempre para frente. Isso vai ao encontro daquilo que eu penso não só como treinador, mas como filosofia de vida. Eu sempre falo que eu gosto de fazer do local onde estou trabalhando um pequeno recorte de uma sociedade que eu gostaria de viver aí fora, então eu não tenho dúvida que a gente vai conseguir o resultado que precisa a curto prazo e vai brigar pelo nosso objetivo na competição".

Estreia e recuperação

"Eu estou pegando um trabalho com um terreno fértil, em um clube grande, com jogadores de bom nível e querendo dar uma resposta. Então as minhas expectativas são as melhores possíveis. Fazer um jogo de seis pontos nesse momento tem um valor muito grande. A gente precisa se preparar muito bem e aproveitar esse pouco tempo que estamos tendo para nos preparar o máximo, fazer um grande jogo no sábado contra o Avaí e nos aproximar do nosso objetivo, que é a zona de classificação da Série A".

Tempo de trabalho

O primeiro jogo é praticamente nula a possibilidade de aquisição porque eu cheguei hoje 3 horas da manhã, dei um treino que ainda era um processo de recuperação de quem jogou contra o América Mineiro e amanhã já é véspera do jogo. Naturalmente, depois do jogo contra o Avaí é que a gente vai ter uma semana para divulgar um trabalho e dar uma atenção maior. Mesmo assim, tenho a expectativa que a gente consiga fazer um grande jogo no sábado e saia com a vitória diante de um concorrente, um time que tem investimento, um treinador experiente que respeito muito (Geninho) e jogadores experientes. Vai ser um jogo duro, difícil, mas tenho muita confiança que vamos conseguir nosso objetivo".

Como recuperar a confiança do torcedor?

"O torcedor reflete aquilo que a gente apresenta em campo, então nossa responsabilidade no primeiro momento é encontrar os melhores resultados possíveis a curto prazo, depois conseguir encontrar uma forma de jogar - que leva um pouco mais de tempo - que o torcedor se identifique e tenha orgulho e vontade de ver a equipe jogar. E por último, o Vitória é um clube que tem suas tradições - que é a formação, a oportunidade aos jovens profissionais - e é conseguir fazer os resultados e conseguir encontrar uma forma de jogar dando oportunidade a esses jovens jogadores. Esse é um dos meus objetivos aqui".  

Legado de Pivetti

"Me identifico com muitas coisas que eram feitas pelo Bruno. O Vitória tem um jogo de construção de trás, um jogo posicional bastante claro. O Vitória tem alguns comportamentos de padrões de movimentação também muito claros. É evidente que existem coisas que eu vou colocar da minha forma de pensar, mas como eu falei anteriormente é um trabalho que sem sombra de dúvidas eu não vou começar do zero. Vou aproveitar muita coisa que vem sendo feita e tentar o mais rápido possível acrescentar algumas coisas que eu penso para que a gente se aproxime dos resultados que nos interessa em curto prazo".

Trabalho com a base

"Eu conheço bastante os jogadores da base aqui porque há pouco tempo estive aqui jogando com pelo Corinthians no Brasileiro sub-20. Conheço bastante os treinadores da base, me relaciono muito bem com Rodrigo - que é o técnico sub-20 - e naturalmente seu trabalho vai ser o mais próximo possível. É uma característica de trabalho minha estar com a lupa em cima dessas oportunidades. O Vitória tem uma história muito forte na base, então qualquer oportunidade de um jovem jogador com potencial para fazer parte do nosso grupo, não tenha dúvida que a gente vai oportunizá-lo". 

Experiência com outros treinadores

"Eu tenho um orgulho muito grande de, mesmo tão jovem, ter trabalhado com diversos treinadores renomados no futebol brasileiro, como Joel Santana, Paulo Roberto Falcão, Renê Simões, Cristóvão Borges, Carlos Amadeu, o saudoso Caio Júnior, e Rogério Micale na Seleção. É evidente que essa oportunidade de trabalhar com esses diversos profissionais me ajuda muito na formação. Poder ter referências distintas trabalhando em clubes diversos e em situações diversas. Com certeza todos esses profissionais aí contribuíram muito para a minha formação como treinador e para a pessoa que eu sou hoje".

*Sob orientação do editor Herbem Gramacho