Artigo: A mineração diante dos desafios da pandemia

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  • Do Estúdio

Publicado em 25 de maio de 2020 às 12:44

- Atualizado há um ano

A pandemia da covid-19 é, claramente, um desafio para toda a humanidade. Esse novo vírus, com sua alta capacidade de contaminação, provocou, em pouco tempo, a suspensão do fluxo de pessoas e, consequentemente, um forte impacto no sistema econômico global. A indústria mineral, base dos insumos das indústrias e presente em quase tudo ao nosso redor, também está sofrendo este impacto.

No Brasil, as primeiras iniciativas do setor foram no sentido de cuidar dos seus trabalhadores e das comunidades que abrigam as operações de mineração. Ações efetivas e amplas foram tomadas já no final de março, quando apareceram os primeiros casos no Brasil e quando teve início o processo de distanciamento social.  

Nas operações, as principais medidas são a utilização do regime home office para os funcionários que conseguem realizar suas tarefas de casa (reduzindo a presença de funcionários na mina em até 50%), o afastamento remunerado das pessoas que estão nos grupos de risco (acima de 60 anos ou com histórico de doença) e; para os que continuam nas operações, medidas de distanciamento social, higienização e conscientização constante sobre o assunto. Além disso, foi providenciada a ampliação da frota de ônibus para o transporte de funcionários e a higiene a cada viagem, garantindo ainda a distribuição dos passageiros em poltronas alternadas. Nos refeitórios também foi garantido o distanciamento seguro entre as pessoas. Por fim, é claro, foram disponibilizados álcool em gel e máscaras e implementados programas de conscientização sobre seu uso, bem como sobre a importância de higienizar as mãos com frequência. Nossa prioridade é garantir um ambiente saudável e seguro no trabalho e minimizar os riscos de contaminação. Recebemos depoimentos de trabalhadores relatando que eles se sentem mais seguros na empresa do que na casa deles.

Entretanto, outro aspecto muito importante e fundamental para nós, é o cuidado com as pessoas que moram nas comunidades vizinhas. É interessante perceber a evolução que o setor teve no último ano, melhorando muito sua capacidade de se comunicar e ajudar as comunidades do seu entorno e aprimorando a interação com as prefeituras e os órgãos públicos. A Vanádio de Maracás, por exemplo, tem feito um esforço enorme para ajudar as pessoas em Maracás neste momento. Estamos doando 6 mil kits de teste para o município, o que tem permitido um controle muito melhor, facilitando a tomada de decisão por parte dos profissionais de saúde; disponibilizamos 4 respiradores para uso da secretaria de saúde (aumento de 100%); ajudamos na contratação de mão de obra para a formação das barreiras sanitárias de orientação para quem ingressa no município e estamos entregando refeição para que os caminhoneiros que passam pela região não fiquem sem alimentação e também não precisem ter contato com os moradores da cidade. Aliás, para os motoristas de caminhão que se dirigem à Vanádio, disponibilizamos banheiros, refeição e dormitórios gratuitos e exclusivos para os motoristas sem contato com os trabalhadores da empresa. Tratar as pessoas com respeito e dignidade é um valor para a Vanádio e para todos que trabalham aqui. Tendo isso em mente, doamos EPIs para o setor de saúde (máscaras, luvas, óculos, botas e roupas descartáveis) e 3.400 cestas básicas em Maracás, além de outras 1.000 cestas doadas ao estado. Contribuimos para o programa Máscaras para Todos do estado da Bahia. Em Maracás, já doamos mais de 50 mil máscaras produzidas através das costureiras locais, cuja maioria das máquinas de costuras foram doadas pela empresa em 2019. Estes são exemplos que tem se repetido por todo o país através das mineradoras. Alías, a mineração é o 2º setor que mais realizou doações relativas à covid no Brasil.

A demanda por metais tem sido afetada, principalmente nos setores de construção civil, automobilístico e aeroespacial e haverá impacto econômico para as mineradoras, que provavelmente irão ter dificuldade de caixa e precisarão manter disciplina dos custos visando manter a saúde financeira no momento. Entretanto, a mineração será muito importante para reativar a economia regional após a covid, mantendo os empregos, contratando serviços, comprando matérias primas, pagando impostos e fazendo a economia girar. Enfim, cumprindo sua vocação de promover o desenvolvimento econômico e social, além de fornecer materiais para melhorar a vida das pessoas.

Acredito que ainda em 2020 vamos ver uma retomada de países que já estão passando pelo pico da pandemia e irão realizar fortes investimentos em infraestrutura para aquecer a economia. No Brasil, a mineração, juntamente com o agronegócio, é um dos responsáveis por suportar o balanço de pagamentos do país, que  e é fundamental para retomada da economia do Brasil. Para se ter uma ideia da relevância da mineração, no primeiro trimestre de 2020, a balança comercial de produtos minerais (R$5,7 bi) foi superior ao resultado da balança comercial do Brasil. O pagamento de impostos no mesmo período chegou a R$12bi.

As mineradoras estão articuladas com as comunidades e juntas conseguirão passar por este difícil momento comungando do mesmo foco que todos brasileiros devem ter agora e depois da crise – cuidar das pessoas. Estamos fazendo a nossa parte para que você fique em casa. Acredito que UNIDOS venceremos esta crise, cada um fazendo a sua parte. Paulo Misk (Foto: divulgação) Presidente do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia (SINDIMIBA) e CEO da Largo Resources