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Miro Palma
Publicado em 12 de julho de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Foi da cabeça de Gilberto que saiu o gol que garantiu o empate por 1x1 do Bahia diante do Grêmio, na primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil, em Porto Alegre. Talvez, hoje, eu devesse enaltecer ainda mais o feito do camisa 9, artilheiro do time na temporada, com 17 gols. No entanto, se você viu o jogo, assim como eu, me diga uma coisa: como não falar de Artur?
Não sei se a nova alcunha do atacante, devido às madeixas platinadas, tem alguma coisa a ver, mas assistir ao camisa 98 jogar, contra os gremistas, me fez lembrar muito das histórias de outro Diabo Loiro, o original. Bahia até no nome, Marito da Nova Bahia, um dos grandes ídolos do clube, jogou no Esquadrão de 1953 até 1962. Nesse meio tempo, além de conquistar sete campeonatos baianos e disputar duas Libertadores, foi um dos responsáveis pela primeira estrela bordada acima do escudo tricolor graças à conquista da Taça Brasil de 1959.
Porém, a similaridade não terminou somente nos cabelos loiros – sejam eles tingidos ou naturais. Assim como Marito, Artur compensa a baixa estatura com habilidade e, principalmente, velocidade. Típico de um ponta endiabrado. Enquanto Marito ficou eternizado como o maior ponta-direita da história do clube, Artur ainda busca seu lugar ao sol revezando entre os dois lados.
Ao ver Artur bater o escanteio que originou o gol de Gilberto, voltei a lembrar das histórias do antigo Diabo Loiro. Marito gostava de dar aqueles passes longos para que o artilheiro do time, Léo, guiasse a bola até o gol. E para consolidar ainda mais esse paralelo, é justo Artur acumular o maior número de assistências do time: sete nos 32 jogos que participou. É diabo ou garçom?
Se a mística do Diabo Loiro se confirmar, o Bahia ainda vai ter muito o que comemorar. Independente disto, Artur é uma peça-chave no esquema de Roger Machado, que aposta nos contra-ataques do tricolor, especialmente através dele. Foi assim neste primeiro jogo contra o Grêmio e, provavelmente, será da mesma maneira na próxima partida, aqui na Fonte Nova. Outro ponto importante é a defesa. Mesmo com menos posse de bola e chutes a gol, o Bahia manteve a marcação eficiente em busca dos revides. E o equilíbrio não ficou só no placar, ele também estava dentro de campo.
O empate conquistado traz uma pequena vantagem ao Bahia, que pode vencer por qualquer placar para chegar à semifinal da competição. A meta nunca foi alcançada pelo time em nenhuma das 27 vezes em que esteve presente na Copa do Brasil. O melhor resultado sempre foi a fase de quartas de final, onde parou em seis edições.
No entanto, em nenhuma dessas edições esteve com uma equipe tão bem organizada como a que tem atualmente. Ou, ainda, com um Diabo Loiro entre os seus jogadores. Nessas horas, vale se apegar a qualquer misticismo. Brincadeiras à parte, este ano o Bahia tem uma grande chance de ir mais longe no torneio. E se tradição fizer alguma diferença, esse “mais longe” pode estar além da semifinal. Se um Diabo Loiro garantiu ao tricolor baiano a sua primeira estrela, quem sabe o mais novo não lhe consiga a terceira? Para o torcedor, não custa sonhar...
Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras