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Carol Neves
Publicado em 31 de dezembro de 2019 às 08:00
- Atualizado há um ano
O ano chega ao fim e é momento de fazer aquele exercício de escolher o que passou de melhor. Vale ter em mente sempre que é apenas uma lista, sempre pessoal e com lacunas: não dá para ver tudo! Só no ano passado foram quase 500 séries roteirizadas, segundo estudo do canal FX feito nos EUA. Isso é 85% a mais do que ia ao ar em 2011. A variedade de serviços também só cresce - e olha que nem todos chegaram aqui ainda, como a Disney+ com seu Baby Yoda (The Mandalorian).
Mas a gente tenta correr atrás porque é uma corrida gostosa. E vamos às escolhidas!
Fleabag (BBC/Amazon Prime) (Foto: Divulgação) Depois de uma primeira temporada boa, Fleabag conseguiu dar um salto de qualidade e entregar uma temporada de televisão perfeita. Seguindo na estratégia de uma narração que quebra a quarta parede (o que aqui, chocantemente, não parece algo cansado), a série focou de maneira mais intensa nas interações entre os personagens. São seis episódios sem um momento a mais nem a menos que o necessário.
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Watchmen (HBO) (Foto: Divulgaçao) A ideia de adaptar Watchmen para TV era arriscada. Nos cinemas, rendeu um filme não muito memorável, e a existência de uma base de fãs grande e cheia de expectativa, além da lendária falta de interesse do criador Alan Moore em adaptações do seu trabalho nos quadrinhos, pareciam assustar. Damon Lindelof assumiu o projeto tentando afugentar tudo isso. De cara preferiu chamar de remix, não de adaptação. E ele conseguiu criar uma série desafiadora, que trouxe os conceitos da HQ para mais perto do momento em que vivemos, colocando no centro a história das relações raciais nos EUA. Chegou na reta final com alguns dos melhores episódios do ano e amarrou bem tudo, deixando a porta entraberta para ter, ou não, uma nova temporada. Imperdível.
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Bojack Horseman (Netflix) (Foto: Divulgação) Figurinha repetida nas minhas listas, Bojack Horseman deu início ao que será sua temporada final (os últimos episódios ficam disponíveis na Netflix a partir do dia 20 de janeiro). Chegou o momento de acerto de contas para Bojack, novamente em uma tentativa de se reabilitar do vício em alcóol e tudo que isso gerou em sua vida. Os outros personagens também passam por momentos de redefinição. Princess Carolyn tenta equilibrar seu vício em trabalho e necessidade de sucesso profissional com a vida de mãe solteira. Diane quer quebrar velhos padrões ao iniciar um novo relacionamento. Como sempre, Bojack trata desses temas de uma maneira inteligente e tocante, mas sem deixar de lado o humor. Que venha o final.
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Olhos que Condenam (Netflix) (Foto: Divulgação) A minissérie de Ava Duvernay é baseada no caso real de cinco jovens negros e latinos que foram erroneamente condenados pelo estupro de uma mulher em Nova York. É um trabalho emocional e extremamente bem dirigido, que tem ainda um grupo de atores jovens muito bem talentosos (destaque para Jharrel Jerome) ajudando a levar para as telas essa história de brutalidade e racismo.
Leia também:Por que nós precisamos assistir “Olhos que condenam”
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Sucession (HBO) (Foto: Divulgação) Com um toque de novelão familiar, Sucession é viciante e se encontrou totalmente nessa segunda temporada, depois do trabalho de estabelecer o contexto e os personagens da primeira. A série conseguiu expandir seu universo e manter o interesse na questão que a norteia (quem vai ser o herdeiro, afinal?). Uma espécie de disputa pelo trono moderna e rica, entregue em episódios semanais irresistíveis.
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Dark (Netflix) (Foto: Divulgaçao) A segunda temporada de Dark mergulhou ainda mais fundo na mitologia e viagem do tempo que cimenta o seriado. Sabemos que séries de ficção científica e mistério dependem ainda mais que a maioria da conclusão - um final fraco costuma jogar uma luz não favorável a tudo que veio antes -, mas nesse meio da sua dita trilogia, Dark conseguiu expandir, incluindo novas linhas do tempo e trazendo novas ideias. Às vezes parece um grande quebra-cabeça e é de fato esse tipo de história. Mas também, como toda história de viagem no tempo, traz ao cerne discussões sobre livre arbítrio e determinismo, religião e ciência, destino e liberdade.
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Chernobyl (HBO) (Foto: Divulgação) Mais uma minissérie baseada em fatos reais, que conta o desastre nuclear de 1986 em Chernobyl (quer saber o que é verdade e o que foi liberdade criativa? Clica aqui). Apesar de tratar de histórias de dor e desespero, a mini nunca é grosseira ou sensacionalista. As falhas que levaram ao acidente vão sendo expostas ao mesmo tempo em que vemos os esforços dos que buscam diminuir as consequências do caso e o custo humano de tudo aquilo.
Leia também:Uma baiana no barril de Chernobyl: ‘não via a hora de sair de onde estava apitando’
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Boneca Russa (Netflix) (Foto: Divulgação) Já faz tempo que estreou, mas não dá para esquecer de Boneca Russa! Ao longo dos oito episódios, a série usa a repetição de sua estrutura para aprofundar os personagens e brincar com as expectativas dos telespectadores. Qual a mecânica que está por trás da protagonista reviver o mesmo dia depois de cada morte bizarra? A série sabiamente nem entra nessa questão (seria outro tipo de história se entrassemos nisso). Natasha Lyonne, principal mente por trás da série, também vive a protagonista com uma energia notável.
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Years and Years (HBO)
Um futuro distópico nem tão distópico assim. A história foca em uma família normal, a imprensa britânica, recheada de xenofobia, e uma política que saiu das fileiras de celebridades de mídia e conquistou o público com um jeitão populista. A série começa no tempo presente e vai avançando rumo ao futuro junto com a família Lyons e nos apresenta mudanças violentas, mas que hoje em dia não parecem muito fora de uma realidade possível. Em 2024, vemos as implicações no mundo de políticas focadas em xenofobia e sem preocupação com o meio ambiente levadas adiante por vários líderes mundiais.A sensação ao assistir pode inclusive ser parecida a de assistir um noticiário, nos enchendo de ansiedade. A série consegue encapsular bem vários sentimentos atuais, a frustração, paranoia, sensação iminente de que algo ruim vai acontecer, a ideia de que estamos presos a um caminho sem volta para algo pior. Aqui e ali, na reta final, há uma derrapada, mas o saldo é muito positivo.
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Inacreditável (Netflix) (Foto: Divulgação) Um gênero que estamos cansados de ver (bom, eu, particularmente, não), mas com uma nova perspectiva. Esse caso de polícia baseado em fatos reais não se preocupa em explicar as obssessões e problemas mentais do agressor, mas sim na experiência das vítimas que buscam sobreviver depois de um ataque sexual. Para completar, a minissérie traz duas mulheres trabalhando juntas para desvendar o caso - em excelentes atuações de Merritt Wever e Toni Collette. A história da garota que teve sua denúncia de estupro desacreditada inicialmente pela polícia - e demorou anos até ver a justiça ser feita - é por vezes dolorosa, mas também uma das histórias mais poderosas contadas por uma série esse ano.
Leia também:A história real que inspirou a série 'Inacreditável', da Netflix
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