Assistente financeiro é preso por estuprar meninas que atraía em rede social

Para conseguir confiança das vítimas na internet, ele fingia ser garota

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  • Bruno Wendel

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 15:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Nas redes sociais, uma adolescente ganhava a confiança de outras meninas. Era tão “amiga” que conseguia trocar fotos com elas. Mas a garota gente boa e sociável na internet na verdade era o assistente financeiro Sandro Boa Morte Moreira, 35 anos.

Ele chantageava e até ameaçava de assassinato as adolescentes, que acabavam coagidas a irem para sua casa, onde eram estupradas – até agora, duas vítimas denunciaram Sandro: uma menina de 13 anos e outra de 15.  Sandro Boa Morte Moreira foi preso nesta sexta-feira (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Formado em Radiologia, estudante de Administração e casado, Sandro morava numa casa no bairro de Pernambués. Foi no local dos ataques que ele foi preso na manhã desta sexta-feira (27) por agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), que cumpriram um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça na semana passada.

A prisão de Sandro só foi possível porque as vítimas prestaram queixa na Dercca. “Ele já vinha sendo investigado desde o ano passado, quando a menina de 15 anos veio aqui junto com os pais”, declarou a delegada Ana Crícia Macedo, titular da unidade.

O segundo caso chegou à unidade este ano. “Quando a outra vítima nos procurou, 13 anos, e contou como tudo aconteceu. Percebemos que se tratava da mesma pessoa”, disse a delegada. 

Com base nos dois casos, Ana Crícia pediu a prisão preventiva do acusado, que foi expedida na semana passada pela juíza Ailza Botelho, da 1ª Vara dos Feitos Praticados Contra a Criança e o Adolescente. “Acreditamos que há mais vítimas”, declarou a delegada.

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Ameaças Segundo a polícia, a tática do acusado era, primeiramente, conquistar a confiança de suas vítimas. “Ele se passava por uma menina nas redes sociais e conseguia a confiança de outras meninas. Quando conseguia o que queria, como fotos trocadas, informações sobre a vida pessoal das vítimas, como o endereço, ele mostrava quem era na verdade”, contou a delegada Ana Crícia Macedo. 

Durante as investigações, apurou-se que as vítimas eram obrigadas a ir à casa de Sandro.“Ele ameaçava não só matá-las, como matar a família de cada uma. Então, ele combinava um local para encontrá-las e as meninas depois eram levadas até a casa em Pernambués, onde eram estupradas e agredidas”, declarou a delegada.Ainda de acordo com Ana Crícia, os estupros eram realizados sempre no horário do meio-dia. “Era o horário que ele conseguia ir ao local para cometer os atos. A mulher dele trabalha o dia inteiro, e ele tirava o horário de almoço para cometer os crimes”, explicou a chefe da investigação.