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Associações pedem que carnaval seja feito no circuito tradicional de forma vitalícia

Audiência pública para discutir o pleito das associações foi realizada nesta terça (22) na Câmara

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  • Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2022 às 21:57

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (22) na Câmara Municipal de Salvador, organizações, moradores da Barra, fazedores culturais, representantes de blocos e sociedade civil se reuniram para pedir que a decisão do Prefeito Bruno Reis em manter o Carnaval de Salvador no circuito tradicional seja vitalícia. Categoria alega que recursos que seriam utilizados para transformar a Boca do Rio em um novo circuito sejam utilizados para melhorias no circuito Osmar, no Campo Grande; Dodô, na Barra-Ondina; e Batatinha, no centro histórico-Pelourinho. 

Mesmo com a declaração de manutenção do circuito Barra-Ondina pela Prefeitura, a atividade foi mantida com o objetivo de assegurar o amplo debate e levou em consideração “os impactos sociais, econômicos e culturais que ocorrerão com a possível transferência”. O vereador ressaltou que a decisão da gestão municipal, inclusive a notada ausência na audiência, não coloca um ponto final no debate. 

“É uma boa oportunidade de continuar discutindo essa mudança que gerou uma comoção pela forma polêmica, sem diálogo e autoritária em que foi construída.  O carnaval é um movimento que não está apenas submetido ao aspecto mercadológico, é uma cultura que mexe com a coletividade, com a vida das pessoas, então realizar essa audiência é exercício de cidadania entre as partes envolvidas. Escutar é se importar e, sobretudo, respeitar”, disse o vereador.

Segundo o vereador, as pautas serão levadas para sessão na Câmara e posteriormente para o Conselho do Carnaval (Comcar) e para a Empresa Salvador de Turismo (Saltur), que foram chamados para a reunião, mas não compareceram. 

"Queremos que o carnaval seja feito com trios elétricos de forma vitalícia nos circuitos tradicionais e que seja feita uma revitalização nesses espaços. Ao invés de fazer algum circuito na Boca do Rio, queremos que seja feito um projeto de reestruturação do carnaval no nosso Centro", disse Camila Barbosa, integrante do movimento SOS Carnaval Salvador, formado por empresários, músicos, compositores, moradores da região da Barra e Ondina, além de representantes de blocos tradicionais e afro.

“Temos um abaixo assinado com cerca de oito mil assinaturas em oposição à alteração. Também apresentamos os pontos negativos e apontamos soluções.  Entendemos que investir no Campo Grande é um caminho para minimizar os problemas, como a intercalação de trios maiores com trios menores, o que permitirá melhor mobilidade de pedestres e veículos de forma escalonada”, sugeriu Maurício Laukenickas, também da SOS Carnaval. 

Também presente ao evento, o presidente do Olodum, João Jorge, em nome do grupo declarou posição contrária à migração e fez uma análise histórica da relação excludente com que Barra sempre buscou afastar a grande população. 

“O Bloco Olodum emitiu um documento explicando porquê não comunga com a mudança e, dentre elas estão a falta de transparência do projeto e o fato da mudança ocorrer no retorno de uma pandemia sem amplos debates. Também tem o fato do Olodum, primeiro bloco afro a desfilar na Barra, com repercussão mundial e mesmo tendo contribuído para visibilidade da cidade sofrer com a histórica perseguição pelo simples fato de levar a massa negra para a região. Os moradores da Barra precisam ter consciência que vivem em uma cidade, e não em um bairro proibido de propriedade de um grupo de indivíduos. A Barra não pode ser intocável”, argumentou.

Ao anunciar o carnaval no circuito tradicional em 2023, Bruno Reis lembrou que no próximo ano haverá uma nova configuração do Comcar e que essa pauta pode voltar a discussão. “Esse novo circuito vai surgir a partir da nova orla que vamos construir na Boca do Rio, obra que homologamos hoje. A partir daí o segmento que realiza o carnaval pode fazer essa discussão ao longo de 2023”, afirmou.

Questionado se o posicionamento de artistas contrários a mudança influenciou na decisão, Bruno disse que “a opinião de todos contribuiu, mas a principal motivação é a falta de tempo tendo em vista que já está em curso a comercialização dos produtos, como blocos e camarotes”. O gestor prometeu mais investimentos para fortalecer os circuitos Osmar (Campo Grande), Batatinha (Centro Histórico) e o carnaval nos bairros.