Aumenta para 85% a circulação da variante de Manaus na Bahia

Dados são de sequenciamentos feitos pelo Lacen no estado

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2021 às 17:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: André Coelho/Getty/AFP

O sequenciamento de 305 genomas do vírus da covid-19 até o último dia 19 de junho revelou que 23 linhagens diferentes do SARS-CoV-2 circulam de forma concomitante no estado da Bahia ao longo do tempo, com predominância de circulação da P1 em 85% das amostras. A P1, que ficou conhecida como variante de Manaus, é caracterizada como uma cepa mais agressiva do ponto de vista da transmissibilidade e possibilidade de agravamento mais rápido da infecção. 

Durante nove meses, a equipe do Lacen realizou o sequenciamento de genomas completos do SARS-CoV-2, provenientes de pacientes com sintomas de infecção por covid-19, dos 9 Núcleos Regionais de Saúde da Bahia: Sul, Leste, Norte, Sudoeste, Oeste, Nordeste, Centro-Norte, Centro-Leste e Extremo Sul com amostras de residentes em 121 municípios.   

“Os dados sugerem que a mobilidade humana representa um fator crucial para a dispersão do vírus da covid-19 e das novas variantes, portanto distanciamento social e medida de restrições ainda continuam sendo essenciais para tentarmos minimizar a circulação deste patógeno no Estado e no País” ressalta o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.  

Mais esforços de sequenciamento são necessários para geração de novos dados genômicos que permitirão obter mais informações sobre a dispersão do vírus no estado.  

“Enquanto a remessa de vacinas não atinge o ritmo necessário para interromper o ciclo de infecções e reinfecções, medidas como distanciamento social, uso de máscara e higiene frequente das mãos ainda são as melhores formas de frear o contágio e a dispersão do vírus, evitando assim que ele se multiplique e se modifique a cada transmissão, evitando o surgimento de novas cepas”, conclui o gestor.

Em maio, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) publicou que a variante P1, originada em Manaus, foi responsável por 78,1% das infecções analisadas na Bahia durante o mês de maio. Dos 32 casos analisados pelo Lacen, 25 eram da P1.