Azulejos históricos que estão esfarelando passarão por ação emergencial

No início do mês, o CORREIO mostrou situação dos painéis em ruínas na Ordem Terceira de São Francisco

Publicado em 31 de julho de 2017 às 12:18

- Atualizado há um ano

Os azulejos portugueses de 1587, instalados no Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, passarão por intervenção em caráter emergencial. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (31) pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), órgão do governo do estado, que pretende iniciar o trabalho até o final de agosto. No início do mês, o CORREIO mostrou a situação dos painéis em ruínas por dentro da Ordem Terceira de São Francisco.

O conjunto arquitetônico, incluindo bens móveis e artísticos, é de propriedade da congregação católica e tombado como Patrimônio do Brasil desde 1939, sob responsabilidade do governo federal, via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura (MinC).

O investimento emergencial inicial do Ipac é de R$ 10 mil com recursos próprios e servirá como conservação inicial, necessitando depois que seja feita a restauração completa - que não tem valor determinado. “Trata-se de um Bem Cultural Nacional de valor inestimável de azulejos feitos em Portugal durante o reinado de D. João V, entre 1730 e 1750; a área de intervenção cobre 85 metros quadrados”, explica o diretor geral do Ipac, João Carlos de Oliveira.

A restauradora do Ipac, Célia Moura, afirmou que o prédio precisa ser reformado para evitar que os azulejos - que já estão se esfarelando e caindo no chão - continuem a cair. “Existe infiltração que vem das calhas, e este pode ser um dos motivos dos azulejos estarem caindo da parede. A umidade é sempre vilã. As instalações precisam ser revistas. Quanto mais a área for preservada e coberta, mais evitará esse tipo de degradação”, relata.

Segundo ela, após a revisão das infiltrações na estrutura do prédio, será necessário retirar os azulejos, fazer um trabalho de dessalinização e colocação de placas de isolamento entre a parede e os azulejos. 

Segundo a direção da Ordem, há mais de 15 anos que os azulejos não recebem manutenção. “Eles estão descascando em diversos pontos por ação do sol, do salitre e de infiltrações nas paredes”, conta Jayme Baleeiro, responsável pela ordem.