Baba das antigas: um encontro para todas as gerações

Torcedores de todas as idades foram à Fonte Nova reviver bons momentos e matar saudade dos ídolos da dupla Ba-Vi

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 23 de abril de 2019 às 23:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga / CORREIO

Segundo o aspirante a historiador Felipe Silveira, 23, a história basicamente é um quebra-cabeças de memórias em que cabe não apenas ao historiador, profissional da área, a tarefa de fazer a montagem. Torcedor do Vitória desde que se entende por gente, Felipe conta que todo cidadão tem a responsabilidade de contar e fazer a montagem de todas as pecinhas possíveis, além de passar adiante esse processo para que a história não se perca por aí.

Talvez esse último fator foi o que mais mobilizou torcedores de Bahia e Vitória a fazer uma pequena quebra em suas rotinas desta terça-feira (23) para ir até a Arena Fonte Nova, onde ídolos de várias gerações se juntaram para o Baba das Antigas - amistoso promovido pelo CORREIO em comemoração aos 40 anos do jornal.

Gente como o tricolor Alexnaldo Fagundes, que completou exatamente 40 anos. Comemorando seu aniversário em pleno dia de São Jorge, ele foi à missa pela manhã e, à noite, "frustrou" os planos da esposa, que pensava em levá-lo para jantar.

"Minha esposa me convidou pra jantar, comer num restaurante japonês... mas eu vi no jornal que tinha o Baba das Antigas. Eu disse pra ela 'já temos programação'. Ela disse 'ainda bem que não tem jogo do Bahia', mas eu disse 'é o Baba das Antigas, e é Ba-Vi'. Ela não escapou desse jogo", contou o aniversariante.

Cerca de 2,5 mil pessoas foram à Fonte Nova em clima de festa. Gente como Joselito Barreto, autônomo de 47 que levou esposa e filho para a primeira ida dele ao estádio. O pequeno João Matheus, 5 anos, era só alegria antes mesmo do jogo começar. Parecia até que tinha visto Uéslei, Nadson, Emerson, Tanajura e companhia ilimitada jogar profissionalmente. “Estou feliz!”, exclamava o pequenino com firmeza de gente grande.

Pequenos notáveis pra lá, velhas crianças pra cá: se o tricolor João Matheus nunca tinha ido à Fonte Nova, o rubro-negro Vicente Costa, 70, perdeu há tempos a conta que somava quantos jogos ele já assistiu no estádio. Lembrou de Osni, André Catimba e Mário Sérgio infernizando as defesas tricolores em 1972 tão bem quanto recordou da frustração provocada pelo gol tardio de Raudinei em 1994.

“Festas assim são necessárias para preservar nossa história, lembrar os bons momentos e os maus também, né? Futebol é bom porque marca”, avaliou o aposentado.

Dentro de campo, muita alegria antes da bola rolar. Embalados pela irreverência, ou presepadas, em bom baianês, de Jair e Vicentino, a galera fez a farra do início ao fim do jogo. Teve corneta, aplauso, vaia para arbitragem e tudo que um jogo envolvendo lendas de Bahia e Vitória têm direito. 

No final, o resultado de 1x0 para o time dos ex-atletas rubro-negros, com gol do cantor Falcão, da Guig Ghetto, nem foi o mais importante. O que valeu mesmo foram as várias histórias construídas e reconstruídas dentro de um estádio com o peso da Fonte Nova: o peso da história. 

O Baba das Antigas integra as comemorações dos 40 anos do jornal Correio, que ao longo de 2019 apresentará mais novidades para nossos leitores. O evento tem apoio da Associação de Garantia ao Atleta Profissional da Bahia (Agap-BA), Esporte Clube Bahia, Esporte Clube Vitória, Federação Bahiana de Futebol (FBF) e Itaipava Arena Fonte Nova. O projeto Correio 40 anos tem oferecimento do Bradesco, patrocínio do Hapvida e Sotero Ambiental e apoio de Vinci Airports, SENAI, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Itaipava Arena Fonte Nova, Sebrae e Santa Casa da Bahia.