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Agência brasileira diz que documento vai integrar processo de solicitação de novo pedido de importação que ainda será avaliado
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2021 às 20:02
- Atualizado há um ano
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou nesta sexta-feira (21) o recebimento de um novo documento referente à vacina russa contra a covid-19 Sputnik V, proveniente dos Estados da Bahia e do Maranhão
Segundo a Anvisa, esse documento será "apensada ao processo de solicitação de importação da vacina e ainda será avaliada pela Anvisa como parte do novo pedido de importação".
A agência esclarece que as solicitações apresentadas pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central e pelos Estados Bahia, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco já estão sendo analisados.
Na quinta-feira, 20, a farmacêutica União Química, representante brasileira do Instituto Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da vacina, desistiu de realizar estudos clínicos da Sputnik V no Brasil. O pedido de desistência foi encaminhado à Anvisa após a empresa não apresentar todas as exigências para dar início aos testes no País. Segundo a agência, a desistência não afeta o pedido de uso emergencial do fármaco.
No dia 26 de abril, a Anvisa negou, por unanimidade, a importação e o uso da vacina russa Sputnik V pelo Brasil. O relator Alex Machado Campos destacou a "falta de documentação" e os possíveis riscos do imunizante à saúde como critérios determinantes para a negativa. A agência russa responsável pela Sputnik V ameaçou processar a Anvisa por difamação.
A decisão foi alvo de críticas, especialmente de governadores do Nordeste. O Consórcio do Nordeste fechou com os russos a compra de 37 milhões de doses e colocou esses imunizantes à disposição da pasta da Saúde, para serem incluídos no Plano Nacional de Imunização (PNI). Dessa maneira, haveria uma distribuição proporcional da vacina a todos os estados do Brasil.
O governador da Bahia, Rui Costa é um dos principais críticos da postura da agência brasileira. Após a negativa da autorização, Rui cobrou mais proatividade da agência e sugeriu que a Anvisa realizasse testes ou buscasse informações técnicas nos mais de 60 países que já aprovaram a aplicação do imunizante em sua população, a exemplo da Argentina e do México. Em março, a Bahia anunciou a compra de 9,7 milhões de doses da Sputnik V. Na época, o governo do Estado anunciou que as doses deveriam chegar em abril, porém o estado segue no aguardo da liberação da Anvisa.