Baleada em atentado, primeira-dama do Haiti tem estado grave

Presidente do país foi morto a tiros durante a madrugada

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  • Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2021 às 10:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Twitter

A primeira-dama do Haiti, Martine Moise, 47 anos, está em estado crítico internada em um hospital após ser baleada na residência oficial da presidência, ao lado do marido, o presidente Jovenel Moise, 53 anos. O líder do país foi morto a tiros durante a madrugada. A primeira-dama será evacuada para receber tratamento em Miami, disse o embaixador haitiano nos Estados Unidos, Bocchit Edmond, à agencia Reuters.

"Ela está estável, mas em estado crítico", afirmou Edmond, por videoconferência. "Neste momento, estão sendo feitos esforços para que ela seja levada para receber tratamento em Miami", acrescentou.

O primeiro-ministro Claude Joseph afirmou em comunicado que o assassinato de Moise foi um "ato odioso, desumano e bárbaro". "Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República" por volta da 1h e "feriu mortalmente o chefe de Estado".

O premiê pediu à população "que se acalme" e afirmou que "a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti". "Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação".

Em fevereiro deste ano, autoridades do país disseram ter frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido. Mais de 20 pessoas foram presas na época.

Moïse vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo. Nos últimos quatro anos, por exemplo, devido à pressão política, o país teve sete primeiros-ministros e uma nova troca estava programada. Joseph estava seria substituído esta semana após três meses no cargo.

Crise política A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.

Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação - maior instância da Justiça haitiana - Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. "O juiz organizou um complô para dar um golpe de Estado para desestabilizar o país", disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.

"Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado", disse Moïse na ocasião

A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição - um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.

Moïse governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.

Para além da crise política, os raptos para resgate têm aumentado nos últimos meses, refletindo a crescente influência de grupos armados no país. O Haiti também enfrenta pobreza crônica e catástrofes naturais recorrentes. (Com agências internacionais).